domingo, 22 de novembro de 2020


OS VOADORES DAS BICICLETAS


Ali, na Ponte do Celeiro, aldeia pequena e muito dispersa, onde cada casa era e tinha sido construída, aqui, ali, além, em pequenos ou maiores terrenos, a que chamavam as fazendas, entre vales, montes, e cabeços, onde o vizinho mais próximo poderia morar a cinquenta, a cem ,a  quinhentos, ou mil metros.

Ali passa uma estrada municipal, que ligava também, Santarém a Rio Maior, contudo na época dos anos cinquenta, em que estou a situar esta história, onde eram pouquíssimos os carros particulares que, passavam naquela estrada, só as carreiras do Vinagre, com horários fixos, ou as grandes camionetas de carga, que transportavam a pedra das muitas pedreiras existentes na Freguesia de Almoster, algumas motos, e a maioria do tráfego era de bicicletas, pois era o transporte para os homens tido como mais acessível.

Muito interessante na época, era as mulheres da aldeia, até das bicicletas tinham medo, era o medo de serem atropeladas claro, o que na verdade poderia acontecer, se não houvesse os devidos cuidados.

Todos os rapazes novos da época, iam aprender um ofício, uma profissão, o povo não estudava, trabalhava, a equivalência de um canudo era aprender com os mestres a arte de um trabalho, até se dizia que um bom mecânico, carpinteiro, pedreiro, sapateiro, calceteiro, padeiro, que exercesse bem a sua profissão, era um bom artista, e por conseguinte um mestre.

Eram os rapazes novos considerados, os voadores de bicicletas, tal era a velocidade a que passavam pelas curvas, e contracurvas da estrada da Ponte do Celeiro, até Santarém. 


Lídia Frade





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