A VACINA
Era Março, quase a chegar a Pascoa que nesse ano era muito
cedo, já que se vinha de um carnaval muito precoce ou seja quase no início de
Fevereiro, e sendo assim a Pascoa seria quarenta dias depois.
Margarida tinha sido mãe do seu terceiro filho o Romeu, havia
poucos dias, Luís o mais velho, já tinha dez anos, pelo meio tinha nascido uma
menina a Constança, que, tinha feito dois aninhos precisamente um mês atrás.
Margarida tinha de levar o Romeu ao Posto Medico para fazer a
sua primeira vacina, sendo assim verificou o livro de saúde dos mais velhos
para se certificar de que estariam em ordem, detectou no entanto que, também
não estavam completas, e resolveu levar os três, para fazerem as actualizações necessárias.
Primeiro foi o recém-nascido o Romeu, como não tinha ainda
consciência do que era levar uma vacina, não fazia ainda reclamações, e assim
foi colocado meio envolto nos seus agasalhos, ageitadinho para levar a pica,
sem grande manifestação.
Seguidamente seria Luís, seria!... E queria a mãe que ele
levasse a vacina que lhe faltava, mas o Luís era uma criança um pouco difícil
de se convencer, para não dizer muito, e ele com dez anos já sabia que a pica
doía um pouco, mas ali estava mais patente a teimosia do que o medo, pois já
tinha saído de casa a reclamar, e contrariado, porque não queria levar vacina.
Bom mas chegada a hora, a mãe obrigou-o a entrar no gabinete,
agarrou-o, a enfermeira preparou a vacina, mas quando ia para espetar a dita
agulhita, ele atirou-se ao chão, esperneou, pontapeou, berrou, foi o
rececionista ajudar, fingiu-se desmaiado, a enfermeira pensou que o caso era a
serio foi chamar o médico.
Foi ai que ele viu que a coisa estava séria, não conseguia
enganar o médico, pensou e agiu, quando resolver levantar-se e sair do
gabinete, mostrando-se ainda vencedor, por ter enganado todos, sem no entanto ter levado a vacina.
Com estas cenas todas, a mãe ficou envergonhada, pediu
desculpas e desistiu, era isso que ele esperava que a mãe fizesse, desistisse
pela saturação e aconteceu, mas com a sentença, de que viria o pai com ele.
Margarida regressou a casa com os filhos, contou ao marido, o
que Luís tinha feito, e a vergonha que a tinha feito passar, o pai pega no
carro fez-se acompanhar de novo por ele e voltam ao Centro Medico.
Claro que ainda tentou fazer birrinha e envergonhar o pai, que
rapidamente resolveu o assunto, Luís levou mesmo a vacina, e mais, o pai fê-lo
pedir desculpas às pessoas por se ter portado mal, e tentar engana-los a todos,
então não lhe tendo o pai deixado outra opção, ele pediu desculpas.
Margarida logo que falou com a mãe, contou-lhe o que Luís
tinha feito, ainda estava envergonhada.
A avó de Luís, depois de ter falado com a filha, e ter ficado
admirada da sua ousadia teatralizada, de repente lembrou-se.
De uma das últimas vezes que lá tinha estado em casa, tinha
falado com Luís sobre as suas atividades de tempos livres, ou após escolares,
onde tinham escrito uma peça teatral á sua escolha, em trabalhos de grupos, da
qual ele tinha feito parte com mais dois ou três colegas, essa peça teria de
ser representada por eles, o grupo que escreveu, e depois seria avaliada pelas
professoras.
A peça que eles escreveram era sobre, um médico dentista, um
paciente, e assistentes, ali mesmo em frente da avó, sentada com eles na sala,
ele tinha representado dentro do possível, pois sozinho tinha de explicar, ou
fazer parte das falas dos colegas, mas, a avó lembrava bem, o papel dele na
peça, era o paciente.
Assim sendo, ele paciente, tinha medo das agulhas, e de todos
os outros utensílios do médico dentista, com os outros assistentes a segura-lo,
conseguiu escapar-se da cadeira, escorregou para o chão, os outros tentavam
agarra-lo, ele debatia-se, gritava, rebolava-se no chão, criando uma cena de
recusa e cansaço até á desistência.
Assim dito por ele, Luís, ganharam o primeiro lugar na
representação desse trabalho de grupo, graças á representação dele.
Ai estava e explicação, os pais não sabiam, mas ele tinha
representado, ali no Posto Medico, a sua personagem, a sua peça teatral, para
ver como funcionava ao natural de verdade, mas, apesar da sua belíssima
representação, onde até conseguiu simular um desmaio, só conseguiu deixar os
pais envergonhados, e teve de lavar mesmo, a sua vacina!!!
Lídia Frade
10 comentários:
Excelente texto.
Beijo.
Muito bom e original o texto, parabéns.Beijos.
OBRIGADO MARQUES PELA SUA LEITURA!!!
PELA SUA OPINIÃO COMENTADA!!!
1 BEIJO LÍDIA
PIMENTEL AGRADEÇO SUA LEITURA!!!
OBRIGADO PELO COMENTÁRIO APRECIATIVO!!!
1 BEIJO LÍDIA
OI LÍDIA!
GOSTEI DE TEU TEXTO, BEM OU MAL, AI NASCE UM ATOR...
ABRÇS
zilanicelia.blogspot.com.br/
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Lindo texto. É verdade, assim nasce um ator. Gostei muito de o ler.
beijinhos
olá bom dia Zelani!!!
Obrigado pela visita e leitura atenta e comentada!!!
é um grande prazer escrever algo de que, amigos ou não gostem, para quem gosta de escrever é simplesmente alegria!!!
Bom Fim de Semana!!!
1 beijinho Lídia
MARIA MINHA AMIGA!!!
QUE ALEGRIA VER A SUA VISITA COMENTADA!!!
NA VERDADE TUDO PODE COMEÇAR POR AQUI!!!
1 BEIJINHO E BOM FIM DE SEMANA!!!
LÍDIA
Adorei o texto. beijinhos
BEIJINHOS MARIA!!!
OBRIGADO PELA LEITURA!!!
LÍDIA
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