ELVAS GRANDIOSA EM SUA HISTÓRIA!!!
Os primórdios da história e a civilização romana
A história do local onde se viria a erguer a cidade de Elvas começa no período designado por Idade do Ferro. No entanto, a história desta região tem o seu princípio muito antes de surgir essa primeira fortaleza do Ferro. Dada a fertilidade dos campos deste local, cedo se estabeleceram aqui as primeiras populações e claro está, deixaram o seu rasto no magnífico património megalítico que polvilha as herdades do concelho de Elvas. Há que recuar até ao período do Neo-Calcolítico, mais ou menos entre o 4000 a. C. e 1800 a. C. para começar a contar esta história, embora haja também diversos vestígios do Paleolítico como é o caso da jazida das Caldeiras. É no entanto no período do Neo-Calcolítico que surgem os primeiros marcos arquitectónicos construídos pelo Homem: as antas. Actualmente existem 22 no concelho de Elvas.
Os romanos chegaram à Península Ibérica em 218 a. C. Quando aqui chegam, encontram o povoado celta de que falámos anteriormente. Em 155 a. C. já estava conquistado e muito embora a Guerra Lusitana que se seguiu (155-138 a. C.), a vitória romana afigurou-se fácil e a pouco e pouco o território foi sendo colonizado. Com as novas divisões administrativas, o povoado, que haveria de ser Elvas, ficaria situado na Lusitania, em plena fronteira com a Baetica. Não se conhece o nome deste povoado romano. Embora uns historiadores apontem para o topónimo romano Alba, não há provas de tal situação.
Os grandes vestígios romanos que hoje existem no actual concelho de Elvas são, ainda assim, os vestígios rurais: as suas villae. No Concelho de Elvas estão identificadas 23 villae , 15 necrópoles , duas pedreiras e inúmeros habitats e outros achados isolados .
Seguiu-se a implantação visigótica que começou a partir de 470 mas só se tornaria plena a partir de meados do séc. VI e entraria numa lenta decadência a partir de 585 até à conquista islâmica. Durante estes séculos poucos foram os vestígios que chegaram até nós para termos certezas sobre a presença visigótica em Elvas. Dois fragmentos de pilastra em mármore foram achados, um na Rua de João de Olivença e outro nas traseiras do Convento de São Domingos que parecem pertencer a um mesmo edifício. Mas dizer mais que isso seria especular.
Elvas Islâmica
A população islâmica chega aqui no início do séc. VIII. Elvas chamava-se então Ialbax e tinha ainda uma velha fortificação romana, mas continuava a ser um ponto estratégico. Por isso mesmo Ibn Marwan quis construir aqui uma cidade, bem junto à importante medina de Batalyaws (Badajoz).
No início do séc. X já a cidade de Elvas, ou Ialbax, era fortificada. A primeira fortificação islâmica teve o seu início por volta de 913, um período conturbado em que várias cidades foram mandadas fortificar pela dinastia dos Jillîqîs.
No séc. XI, Ialbax era já uma agloremado populacional importante, na esfera de Batalyaws. Beneficiava não só desta cercania, mas também de estar situada numa posição estratégica junto a uma rede viária ainda romana que ligava entre outras as povoações de al-Qasr (Alcácer do Sal), Chantirein (Santarém) e Ushbûna (Lisboa) a Batalyaws e de um local ideal no topo de uma colina. Por todos esses motivos a povoação ia crescendo em tamanho e em termos populacionais e no século seguinte havia que construir outra muralha que abraçasse todo o casario que foi nascendo já fora da cerca primitiva.
A nova cerca foi construída com diversas portas de entrada, das quais apenas conhecemos parte. A segunda muralha islâmica seria diversas vezes alterada durante os vários séculos no que diz respeito às suas entradas. No entanto, como portas ainda construídas durante o período islâmico identificam-se a Porta dos Banhos ou Porta Ferrada , junto à actual igreja de São Pedro, a Porta do Bispo e a Porta de São Martinho.
Das suas construções há a salientar, para além das novas muralhas atrás abordadas, o seu castelo, a cisterna árabe e pelo menos uma mesquita.
É esta medina que tentará ser conquistada pelos reis cristãos a partir do séc. XII. D. Afonso Henriques terá entrado em Elvas mas a cidade seria reconquistada pelos mouros pouco tempo depois.
Em 1226, já com D. Sancho II o cerco e a chacina voltam a ser infrutíferos. É em 1229 que os seus homens conseguem finalmente conquistar a fortaleza, talvez já com menos militares a defendê-la.
Elvas medieval cristã
É D. Sancho II que vai atribuir foral à então vila de Elvas em 1229, ganhando esta também as armas que ainda ostenta: um cavaleiro empunhando a signa real . As escaramuças entre cristãos e muçulmanos não terminariam logo em 1229, no entanto a vila de Elvas não mais seria perdida para os últimos e o foral manter-se-ia, sendo confirmado em 1263 .
Em homenagem aos que pereceram na conquista de Elvas em 1230 e sobretudo na tentativa de 1226, D. Sancho II manda construir um memorial nos arrabaldes da vila, onde possivelmente já existiria uma mesquita: a igreja de Santa Maria dos Mártires.
Após a conquista de Elvas, a vila passou a pertencer eclesiasticamente ao bispado de Évora e foi dividida em quatro paróquias. Na zona mais alta temos Santa Maria de Alcáçova, sediada na igreja que foi mesquita, de seguida Santa Maria dos Açougues (onde está hoje a Sé), São Pedro e Salvador (demolida no séc. XIX).
Mas para além das sedes de paróquia, foram-se construindo, logo no séc. XIII, outras igrejas: o Convento de São Domingos, a igreja da Madalena (no local da actual Igreja das Domínicas), a igreja de São João Baptista (mais tarde conhecida por São João da Corujeira), a igreja de São Miguel (mais tarde denominada do Espírito Santo), a igreja de Santiago (onde está hoje a actual Igreja do Salvador), a igreja de São Dominguinhos (no local do actual Forte da Graça) e a igreja de São Mamede (no local do actual Fortim de São Mamede
Poucos anos após a conquista cristã outra obra de destaque em Elvas enquanto vila portuguesa é o reforço da sua defesa. Tanto as cercas islâmicas como o castelo são mantidos e melhorados, passando este último a servir de aposento do alcaide. Quanto às muralhas islâmicas, a segunda continuou a cercar e defender a cidade até ao séc. XIV, quando passou a ser chamada de “cerca velha” ou “cerca do meio”.
O século XIV é um século de construções bélicas: atalaias, paióis e muralhas, mas é também o século da construção da Igreja de São Lourenço.
A segunda cerca islâmica havia entrado em ruína e perdia a pouco e pouco as suas funções militares. Se a população ia crescendo e estabelecendo-se já na parte de fora da cerca, também o seu fosso e barbacã iam sendo ocupados pelos moradores.
D. Afonso IV esteve em Elvas durante algum tempo e daria depois ordem para o início da construção da “cerca nova”, o terceiro pano de muralhas de Elvas. Ficou chamada de muralha fernandina por ser concluída já no reinado de D. Fernando. Esta muralha era constituída por 22 torres e 11 portas, umas abertas de início, outras não. Hoje em dia, só restam pequenos troços dela uma vez que ocupava praticamente o mesmo espaço que hoje ocupa a muralha seiscentista abaluartada e aquando a construção desta se destruiu/utilizou a primeira.
Com a construção da dita “cerca fernandina” outras alterações se fariam na segunda muralha islâmica porque ela não deixa de ter a sua função militar caso a “cerca nova” não resistisse. Nessas alterações ganha especial destaque a Torre Nova ou Torre Fernandina, situada na actual Rua da Cadeia. A partir do final do séc. XIV, a torre servirá como cadeia, função que teve durante vários séculos.
O reinado de D. Fernando (1367 a 1383) é marcado pelas Guerras Fernandinas e Elvas volta a estar na frente da batalha. Por terra, as invasões castelhanas sucederam-se e Elvas com a nova muralha resiste heroicamente a um cerco de 25 dias. Foi o suficiente para conseguir manter Lisboa incólume até à chegada da ajuda inglesa de 48 embarcações e 3000 guerreiros comandados por Edmund de Cambridge.
Um dos momentos decisivos da guerra também se daria aqui. Os dois monarcas decidem avançar a caminho de Elvas e estabelecem-se junto ao Rio Caia. João I de Castela apoiado pelas tropas francesas, vem com 5000 homens de armas, 1500 ginetes mais uns tantos besteiros e arqueiros. Os portugueses, apoiados pelos mercenários ingleses, somavam 6000 homens de armas, 1000 dos quais arqueiros. Mas, apesar de algumas escaramuças, o combate não veio a acontecer. O final resumiu-se no Tratado de Paz de Elvas.
O século XVI em Elvas
A chegada do século XVI veio trazer a Elvas um período de grande prosperidade. Em pouco mais de cinco décadas a nova cidade viu nascer mais construções e mais desenvolvimento que durante os séculos que haviam passado. Se logo em 1513 D. Manuel I torna Elvas cidade, ao mesmo tempo se estava a mudar o urbanismo da cidade com a construção da Praça e de novas ruas de traçado recticular renascentista. Pouco tempo depois já estavam a erguer-se o Aqueduto da Amoreira, os novos Paços do Concelho e os Açougues, todas obras do arquitecto Francisco de Arruda, também responsável pelo traçado da Torre de Belém. Mas o século XVI é também o século da criação do Bispado de Elvas (1570), da Santa Casa da Misericórdia de Elvas (1501-1502), da Ponte da Ajuda, do Paço Episcopal, de novas igrejas (Sé, São Martinho, Nossa Senhora da Nazaré e São Sebastião) e de novos conventos: as dominicanas, os franciscanos e as clarissas. Este novo fervor construtivo na cidade de Elvas não é alheio às caraceterísticas do reinado de D. Manuel I. A empresa da Índia tinha trazido imensas riquezas para o país e feito do monarca português um dos mais importantes da Europa. A história de Elvas em quinhentos significa crescimento e desenvolvimento.
A partir daqui a cidade de Elvas estava estabelecida como uma das principais do reino, assumindo indubitavelmente um carácter estratégico tanto a nível militar como económico. No entanto, os tempos que se seguiriam ao desaparecimento de D. Sebastião na Batalha de Alcácer Quibir seriam tempos de crise. A subida ao trono português de Filipe II de Espanha, neto de D. Manuel I, levou à união ibérica entre as coroas portuguesa e espanhola em 1580.
O século XVII e a Restauração
No reinado de D. Filipe III de Portugal, a partir de 1621, a conjuntura de crise ia-se agravando. O governo do conde-duque de Olivares, que recrutava portugueses para guerras que se travavam bem longe e que ao mesmo tempo exercia uma pressão fiscal sobre o país para obter financiamento para essas guerras, tinha descontentamento dos populares e da aristocracia. A revolta de Évora de 1637 foi um prenúncio para o que viria a acontecer e a aceitação do Duque de Bragança em ser o futuro rei foi o passo seguinte para o desenrolar dos acontecimentos. A revolta da Catalunha contra o projecto de uniformização política espanhol em 1640 precipitou a revolta portuguesa. A obrigatoriedade de participação da nobreza portuguesa em rebelar os catalães levou a que os fidalgos portugueses pedissem ao Duque de Bragança para os “libertar”. O futuro D. João IV aceitou.
Com a revolução do 1º de Dezembro de 1640, os elvenses cansados de estar sob o jugo espanhol, aclamam D. João IV logo no dia 3.
~ENCONTRE ESTE CATO, QUE A MINHA MÃE TINHA QUANDO EU ERA PEQUENA, CHAMAVA-LHE O RABO DE MACACO!!!
JÁ DE SAÍDA A PASSAGEM PELAS PORTAS HISTÓRICAS DAS MURALHAS QUE CIRCUNDAM A CIDADE!!!
ENTRE PORTAS QUE SE ABRIAM E FECHAVAM ATRAVÉS DA NOSSA HISTÓRIA!!!
PRINCIPALMENTE DA GRANDIOSA HISTÓRIA ATRAVÉS DOS SÉCULOS DA CIDADE DE ELVAS!!!
PELOS CAMINHOS DO ALENTEJO
http://lidyhart.blogspot.com/ NÃO DEIXE DE VISITAR!!! PELOS CAMINHOS DO RIBATEJO
6 comentários:
Que maravilha Lídia, só tu mesmo para me fazeres viajar e, que viagem mais gostosa.
Li por 3 vezes, adorei conhecer a história, não tenho conhecimento nenhum a não ser o que aqui partilhaste.
Lindas Fotos amiga.
Beijinho e uma flor
QUERIDA ADÉLIA
É UM GOSTO MUITO GRANDE PODER PARTILHAR E MOSTRAR ESTE NOSSO LINDO PORTUGAL COM TANTA HISTÓRIA GUARDADA E PRESERVADA, QUE NESTES NOSSOS TEMPOS TODOS E QUALQUER UM VENDE AO DESBARATO, ROUBA SEM PEJO NEM AGRAVO, E FAZ-ME PENSAR QUE VAI SER DESTE PEDACINHO LINDO E PEQUENINO POR ESTE CAMINHAR???
RESTA-ME FAZER O QUE ME É POSSÍVEL, COMO CIDADÃ FAZER O MELHOR POSSÍVEL, E MOSTRAR A QUEM NÃO CONHECE.... O QUE JÁ FOMOS, DE ONDE VIEMOS, O QUE JÁ FIZEMOS!!!
O QUE NOS ESTÃO A FAZER JÁ TODOS SABEM E VÊEM!!!
1 BEIJINHO AMIGA E VIAJA!!!
LÍDIA
Magnífica reportagem fotográfica com cada passo bem explicado...uma autêntica viagem guiada.
Que maravilha de fotos.
Beijinhos.
Portugal é adorável, tenho queridos amigos por aí. Ah, terra linda...e um povo amigo e hospitaleiro.
Grande abraço daqui do sul do Brasil!
Gostei de ver, voltarei sem dúvida!
OLÁ QUERIDA ELISA
UMA GRANDE E LINDA REPORTAGEM SIM!
TENHO ALMA DE FOTOGRAFA MAS SEM FERRAMENTA ADEQUADA, DEIXA MUITO A DESEJAR, MAS A CIDADE É MARAVILHOSA, TEM COISAS LINDAS PARA FOTOGRAFAR!!!
OBRIGADO E 1 BEIJINHO
LÍDIA
QUERIDA TAÍS
UM GRANDE AGRADECIMENTO PELAS PALAVRAS AMIGAS, NA VERDADE PORTUGAL É LINDO, TEM BOA GENTE, E ESTA CIDADE É UM ENCANTO!!!
1 BEIJINHO MINHA AMIGA E VOLTE!!
LÍDIA
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