sexta-feira, 29 de julho de 2011

PARA FRENÉTICAS AMIGAS / UM POEMA E MINHAS FLORES!!!



PARA FERNÉTICAS AMIGAS




Neste chegar de férias… e ventanias

Das desgraças, das mentiras, já esperadas

Escrevam belas as palavras, e fantasias

Para alegrar, e amparar, as tais facadas.


Retiram em tiras, em fatias, as esperanças

Apertam, cercam, as passadas, desta vida

Crêem e vivem… em fantasias de crianças

Que arrastam, que saturam, e bem sentida.


Mas as férias também trazem alegria

Esqueçam desgraças, em amizades felizes

Unam ideias, recriem fantasias, dia a dia


País em crise… eu vivi… algumas décadas

Em tristeza… também se canta… nas crises

Sabem rir… reinventem-se… mesmo fernéticas!!!










segunda-feira, 25 de julho de 2011

REFLEXÃO


REFLEXÃO



Pela nossa vida em confusão
Ou por tantos atos impensados
Que influenciam… o girar do Mundo
Porque vós, Senhor pedis a reflexão…
No que falamos,
No que pensamos,
No que fazemos,
Ou deixamos de fazer
Em como amamos, ou compreendemos
E com que força, afirmamos nosso querer.

Se olhamos com amor,
Quem vive a nosso lado
E se vimos… se lhe basta só… um sorriso,
Ou se precisa… com nossas mãos… ser amparado.
Se o olhamos lá do cimo… ou do fundo, da nossa alma.
Devemos pedir, a vossa luz, ó Pai,
Que desça sobre consciências adormecidas, acomodadas
Por um circulo fechado onde vivemos, as nossas vidas.
Por todo o mal humano,
Por toda a falta de amor,
Dá-nos a graça da vossa luz
Ajuda-nos a refletir, Senhor.

Lídia Frade  

domingo, 17 de julho de 2011

AS PLANTAS DA MINHA HORTINHA E JARDIM


AQUI A PLANTAÇÃO DE PIRI PIRIS DO MEU MARIDO, QUE É MUITO MAIOR DO QUE MOSTRA A FOTO, MUITAS FLORES MUITOS EM CRESCIMENTO OS PRETOS, E ALGUNS JÁ MADUROS E VERMELHINHOS

NÃO RESISTI A MOSTRAR ESTES TRIGÉMEOS NUM PÉ APENAS COM 20CM DE ALTURA E MUITOS MAIS PIMENTOS A NASCER E FLORES
ESTE PIMENTO FOI O PRIMEIRO QUE APANHEI E COLOQUEI NA SALADA NA TERÇA FEIRA

OS MEUS TOMATES TAMBÉM ESTÃO BONITOS, NÃO TARDAM A DAR-ME SALADAS

MUITAS NASCERAM E VÃO NASCENDO, VEREMOS AS QUE SE VÃO CRIAR, E DAR SOPAS

SE ELAS NÃ APODRECEREM COMO JÁ ACONTECEU COM ALGUMAS

AGORA ESTAS SÃO AS QUE GOSTO DE JUNTAR NAS MINHAS SOPAS

ESTAS OUTRA QUALIDADE, AINDA BEM MAIS PEQUENINAS
ESTA É MAIS PEQUENA MAS IGUAL Á PRIMEIRA
ESTA É DIFERENTE NA COR E TEXTURA


AS MINHAS ABÓBRINHAS DO JARDIM

quarta-feira, 13 de julho de 2011

FLORBELA


FLORBELA

Queria eu ser pedaço dela?...
Alguém…
Me perguntou certo dia
Lendo algo meu, no momento
Que chamou minha atenção.

Você… adora FLOBELA?

Confirmei… assim seria,
Não pelo seu sofrimento
Mais pela sua emoção!
Queria eu ser pedaço dela.

Será tua alma FLORBELA
Que está no meu coração?
Tentando escrever… só sinto
Palavras que tu escreveste
Até o amor, que em ti viveste
Descrito é, por minha mão.

LIDIA FRADE

segunda-feira, 11 de julho de 2011

GERAÇÃO Á RASCA



GERAÇÃO Á RASCA



«Geração à rasca foi a minha. Foi uma geração que viveu num país vazio de gente por causa da emigração e da guerra colonial, onde era proibido ser diferente ou pensar que todos deveriam ter acesso à saúde, ao ensino e à segurança social.

Uma Geração de opiniões censuradas a lápis azul. De mulheres com poucos direitos, mas de homens cheios deles. De grávidas sem assistência e de crianças analfabetas. A mortalidade infantil era de 44,9%. Hoje é de 3,6%.

Que viveu numa terra em que o casamento era para toda a vida, o divórcio proibido, as uniões de facto eram pecado e filhos sem casar uma desonra. Hoje, o conceito de família mudou. Há casados, recasados, em união de facto, casais homossexuais, monoparentais, sem filhos por opção, mães solteiras porque sim, pais biológicos, etc.

A mulher era, perante a lei, inferior. A sociedade subjugava-a ao marido, o chefe de família, que tinha o direito de não autorizar a sua saída do país e que podia, sem permissão, ler-lhe a correspondência.

Os televisores daquele tempo eram a preto e branco, uns autênticos caixotes, em que se colocava um filtro colorido, no sentido de obter melhores imagens, mas apenas se conseguia transformar os locutores em "Zombies" desfocados.

Hoje, existem plasmas, LCD ou Tv com LEDs, que custam uma pipa de massa.

Na rádio ouviam-se apenas 3 estações,  a oficial Emissora Nacional, a católica Rádio Renascença e o inovador Rádio Clube Português. Não tínhamos os Gato Fedorento, só ouvíamos Os Parodiantes de Lisboa, os humoristas da época.

Havia serões para trabalhadores todos os sábados, na Emissora Nacional, agora há o Toni Carreira e o filho que enchem pavilhões quase todos os meses. A Lady Gaga vem cantar a Portugal e o Pavilhão Atlântico fica a abarrotar. Os U2, deram um concerto em Coimbra em 2010, e UM ANO antes os bilhetes esgotaram.

As Docas eram para estivadores, e o Cais do Sodré para marujos. Hoje são para o JET 7, que consome diariamente grandes quantidades de bebidas, e não só...

O Bairro Alto, era para a malta ir às meninas, e para os boémios. Éramos a geração das tascas, do vinho tinto, das casas do fado e das boites de fama duvidosa. Discotecas eram lojas que vendiam discos, como a Valentim de Carvalho, a Vadeca ou a Sasseti.

As Redes Sociais chamavam-se Aerogramas, cartas que na nossa juventude enviávamos lá da guerra aos pais, noivas, namoradas, madrinhas de guerra, ou amigos que estavam por cá.

Agora vivem na Internet, da socialização do Facebook, de SMS e E-Mails cheios de "k" e vazios de conteúdo.

As viagens Low-Cost na nossa Geração eram feitas em Fiat 600, ou então nas viagens para as antigas colónias para combater o "inimigo".

Quem não se lembra dos celebres Niassa, do Timor, do Cuanza, do Índia entre outros, tenebrosos navios em que, quando embarcávamos, só tínhamos uma certeza... ...a viagem de ida.

Quer a viagem fosse para Angola, Moçambique ou Guiné, esses eram os nossos cruzeiros.
Ginásios? Só nas coletividades. Os SPAS chamavam-se Termas e só serviam doentes.

Coca-Cola e Pepsi, eram proibidas, o "Botas", como era conhecido o Salazar, não nos deixava beber esses líquidos. Bebíamos, laranjada, gasosa e pirolito.

Recordo que na minha geração o País, tal como as fotografias, era a preto e branco.
A minha geração sim, viveu à rasca. Quantas vezes o meu almoço era uma peça de fruta (quando havia), e a sopa que davam na escola. E, ao jantar, uma lata de conserva com umas batatas cozidas, dava para 5 pessoas.

Na escola, quando terminei o 7ºano do Liceu, recebi um beijo dos meus pais, o que me agradou imenso, pois não tinham mais nada para me dar. Hoje vão comemorar os fins dos cursos, para fora do país, em grupos organizados, para comemorar, tudo pago pelos paizinhos.

Têm brutos carros, Ipad's, Iphones, PC's. E tudo em quantidade. Pago pela geração que hoje tem a culpa de tudo!!! Tiram cursos só para ter diploma. Só querem trabalhar começando por cima. Afinal qual é a geração à rasca???

RECEBI POR MAIL, DESCONHEÇO O AUTOR,

LÍDIA FRADE


quinta-feira, 7 de julho de 2011

NOVOS TRABALHOS, NOVAS VIDAS

                 FOTO DE CAPA DE PAULO OLIVEIRA


30º  E ULTIMO CAPITULO

NOVOS TRABALHOS, NOVAS VIDAS
Nestes anos - apenas o espaço de cinco anos - muita coisa mudou na vida desta família. As filhas mais velhas já estavam em idade namoradeira, a vida tinha levado novos caminhos e Deodato estava a trabalhar em Gândara dos Olivais, bem perto de Leiria, como encarregado de obras.
Pelos campos da beira-rio, o rio Liz, encontrou uns terrenos bons para cultivo de tomate, pertenciam a uma quinta antiga a que chamavam, os Moinhos do Padre, e que ficava entre pinhais e o rio, no lugar de Barreiros, freguesia de Amor.
Nessa época já Deodato tinha comprado uma camioneta e um tractor, velhos, era verdade, passava os fins de semana com o seu amigo João - que era mecânico - de volta das ditas peças, mas uma coisa ele sabia fazer como ninguém, ora vejamos: agora, que as filhas já estavam crescidas, meter as mulheres da casa - e eram sete - todas a trabalhar para ele, era inevitável. 
Alugou os ditos terrenos, que tinham duas casas já em degradação, e os tais moinhos de água, com casa de habitação, mais ou menos habitáveis, e que eram pois os Moinhos do Padre e que davam nome à quinta. Havia uma casa a cada ponta da quinta, onde se instalaram, e nesse primeiro ano foi na ponta norte, um pouco mais longe de tudo, mas onde lhes pareceu ser a melhor opção.
Opção obviamente tomada por Deodato, já que entendeu começar a cultivar pelo lado norte, começando a lavrar toda essa zona de terreno, não apelava a rancho exterior para o trabalho, tudo era feito em família, e ele, que tinha até o trabalho dele, uma vez chegado a casa ia preparar o terreno para Julieta e as filhas trabalharem no outro dia.
Já estavam habituadas, o trabalho não lhes metia medo, chegavam lá em Abril, para começar, e acabavam em Setembro, altura em que voltavam de novo, para passarem o Inverno, à sua casa na Atalaia.
Mas não era bem o que Dalila queria para ela apesar de gostar de conhecer coisas novas, sítios novos, sair dali da sua terrinha bem pequena, e ali já haver até uma vida de usos e de costumes totalmente diferentes, ser uma terra maior, com fábricas de plástico, onde trabalhava muita gente.
Havia vacas a pastar por todo o lado, que ainda faziam muito trabalho agrícola, e mulheres com canastras à cabeça, a caminho dos terrenos aonde levavam as merendas. Existia ainda uma igreja onde se celebrava missa todos os dias e, no largo da igreja, o arraial onde tocava um conjunto, em geral música de baile, mas onde ninguém dançava por ser na porta da igreja.
O trabalho não parava durante esses seis meses: plantar, sachar, regar e, logo em Agosto, começavam a apanhar o tomate e a levá-lo para a fábrica, pelo menos até Setembro, carradas e mais carradas, quase apanhadas de empreitada.
Não se podia deixar estragar, logo que estivesse maduro, era só encaixotar - nessa época entrava todo em caixas na fábrica - e o rancho caseiro levava dois dias a arranjar uma carrada. Depois Deodato ia levá-lo à fábrica quando chegava, já à noite.
Setembro era o voltar a casa, matar saudades da família e amigas, arranjar trabalho de Inverno, e tudo voltava ao mesmo até regressar a Primavera, em que chegava de novo a hora da partida para Barreiros.
Assim no segundo ano foi só repetir, tudo de novo do mesmo jeito, só com a diferença de que ficaram no moinho de baixo, e assim mais perto dos Barreiros, o que facilitava, para irem às compras até era mais rápido.
Tudo se repetia com a agravante de que a avó Joaquina já estava doente, já não conhecia as pessoas nem já a família, eram precisos mil atenções, com medo de que não se perdesse ela, e depois, nos últimos meses, já ficava deitada, precisava ainda de mais cuidados, mas era inofensiva e calma.
Nesse ano um dado novo andava a fervilhar na cabeça de Dalila: o ano da seara estava a findar e ela já estava decidida a mudar a sua situação de vida, queria casar, e o namorado também. Trabalhavam seis meses para o pai, chegavam ao fim e o pai não lhes dava nada, se casasse trabalhava para ela, e não tinha de aturar o pai.
E foi essa a novidade, acabaram a seara, ela e Julieta ainda foram trabalhar para outras searas, ganhar dinheiro, e com esse dinheiro foram a um armazém de Leiria comprar os cobertores para o enxoval de Dalila, depois, voltaram para a Atalaia.

PREPARATIVOS DE CASAMENTO
Seguidamente voltou ao trabalho da azeitona para ganhar mais algum dinheiro, a fim de comprar mais algumas coisas, ultimar o enxoval, fazer a participação às famílias e fazer os convites pessoalmente, porque os pobres na época não tinham cartões de convite.
Os preparativos já vinham sido feitos desde que se começou a falar em tal: guardaram-se galinhas, havia um porco criado no tomatal, encomendaram-se os ovos para os bolos às vizinhas que os costumavam vender.
Foi ainda preciso fazer na mercearia mais algumas encomendas, de coisas que as cozinheiras diziam ser precisas, já contabilizadas de acordo com os convidados presentes no casamento, isto para os bolos e comidas.
Ali não havia cozinheira contratada, tudo era feito pela família e amigas vizinhas, que se dispunham a ajudar na semana do casamento e em tudo o que lhes fosse possível.
Começavam no início da semana. A primeira coisa a fazer era alguns alqueires de bolos de noivo, eram amassados de véspera, à noite, levavam farinha, açúcar, manteiga, raspa de limão e fermento do pão, ficando a levedar durante uma noite.
Eram tendidos de tamanho a gosto, colocados em latas e tabuleiros de ir ao forno, pincelados com gemas de ovo, cozidos em forno de pão a calor médio, e ao serem retirados colocavam-se em tabuleiros de madeira entre folhas de laranjeira.
De seguida eram feitos os bolos secos variados, que não tinham perigo de se estragar e estariam sempre bons mesmo com alguns dias. Nas vésperas era a altura de fazer fritos, arroz doce, matar a criação e preparar as carnes de acordo com as ementas escolhidas.
Havia um costume na aldeia que era o de a noiva fazer a visita a pessoas que, por não poderem, não estariam no casamento, ou a pessoas por quem se tinha estima e mereciam comer uma oferta da noiva, mesmo sem serem convidados. Essa oferta era composta por um prato de arroz doce enfeitado de canela, ou que poderia até ser feito com amêndoas picadas, ou gemas de ovo, ou até simplesmente branco, e depois levava-se também um bolo de noivo, coscorões e alguns bolos miúdos.
Iam duas ou três raparigas e também a noiva levar os pratos a casa das pessoas, e normalmente as pessoas quando devolviam os pratos estes vinham sempre com uma oferta ou algum dinheiro como prenda.
Os padrinhos de Dalila estavam a viver e a trabalhar em França, mandaram-lhe o dinheiro para comprar o vestido de noiva, e deram também a lingerie, que enviaram de Paris, toda branquinha, muito bonita.
O vestido, ela comprou-o em cetim branco, mais renda branca para fazer um encaixe, de corpo de cintura subida, e mangas, era bonitinho e muito elegante. Dalila era cheiinha, mas não gorda, e não quis com roda por uma questão de economia.
Mas numa coisa ela não poupou: no véu. Levou um véu de seis metros, as luvas e grinalda eram emprestadas, de uma moça rica, filha do padeiro, sua amiga, e que tinha casado também nesse Verão.
Foi a sua mestra e amiga, a Dona Ausenda, onde tinha andado durante três meses a aprender costura, que fez o vestido, e ofereceu assim de prenda o seu trabalho, o que foi muito bom, agradável, e bom de agradecer, também.
Deodato tinha comprado as mobílias para a casa de Dalila - como era aliás costume os pais fazerem - mas algumas coisas não lhe agradavam e, na véspera, ainda ameaçou Julieta que se bem lhe parecesse nem iria acompanhar a filha à Igreja nem estaria no casamento.
A mãe ficou aflita, enervadíssima, com medo de que ele cumprisse a ameaça, mas Dalila nem por isso e com um pouco de rebeldia respondeu à mãe que se ele não fosse, ela não deixaria de se casar, já tinha dezoito anos, as leis tinham mudado e ela já não precisava autorização do pai.
Dalila é que fez todas as roupas para as irmãs vestirem no casamento, e até mesmo o seu fato do segundo dia, um saia e casaco azul escuro e uma blusa rendada em azul claro. Contudo, até na véspera do casamento teve de trabalhar toda a noite para acabar as roupas, mas ficou tudo pronto na hora certa.  
O casamento estava marcado para dia 10 de Dezembro de 1967 às 11h30 no Mosteiro de Almoster e assim aconteceu, um dia feliz, no seu casamento por amor, com o amor da sua juventude.
Mas outra coisa a marcou por esse dia feliz, foi aliás no segundo dia do seu casamento: tinha combinado ir almoçar com a sua família e os seus convidados, os noivos chegaram, um pouco atrasados, e já estavam todos à mesa para almoçarem.
Ao chegarem foram cumprimentar as pessoas e quando Dalila chegou junto do pai, estava ele de lágrimas a correrem pela cara. Dalila também ficou emocionada, nunca pensaria ver um dia o seu pai a chorar, e muito menos por ela ter casado, mas aconteceu, como muitas outras coisas têm de acontecer.    
 
LÍDIA FRADE DO LIVRO( A FAZENDA ONDE VEIO A LUZ AO MUNDO)