sábado, 22 de maio de 2010

IGREJA DA PORTELA DE SACAVÉM, PINTURA EM TELA LY

6º CAPITULO OS CIGANOS.... E AS VENDAS DA PRAÇA!!!

6º CAPITULO


OS CIGANOS

No Outono as canas estavam pois boas para o corte. Por essa altura aparecia também, sempre, uma grande família de ciganos, que acampava perto da estrada. Pediam para cortar canas e depois faziam cestos.

Apanhavam-nas, limpavam-nas de todas as folhas e fios de folhagem, cortavam no sentido do comprimento, todas às tirinhas, depois delas faziam toda a espécie de cestos, com asas, sem asas, redondos, ovais, grandes ou pequenos, dependendo da habilidade, e criatividade de cada artista, mas sempre com as canas verdes para poderem moldar.

Ficavam por ali alguns dias a fazer cestos até chegar a Feira da Piedade. Depois, carregavam de novo tudo nas carroças, e aí iam eles em caravana, a caminho da feira, várias carroças, vários burros, e os cestos atados no cimo das carroças, faziam uma linda vista, e grande cortejo, tudo caminhando em direcção a Santarém.

Era normal serem só os pequenitos, ou alguém com muita dificuldade, a ter lugar nas carroças, tal a carga com todos os seus haveres, que eram poucos - mas já muitos para transportar nas suas carroças - os colchões e mantas, panela e pratos, o cântaro para água.

Até os cães, caminhavam com os donos em cada etapa das suas viagens errantes, pois todos os outros, capazes iam assim a pé, acompanhando as carroças. E partiam, mas não sem antes oferecerem algumas cestas, pelo agrado à cedência das canas e de alguma coisa mais que Julieta lhes teria dado para comerem.


imagem google

AS VENDAS NA PRAÇA DE SANTARÉM

Era então nessas cestas que Julieta levava as coisas mais leves e mais frágeis para a venda, como os figos, ou ainda os ovos.
E por falar em figos, e tal como tudo, obedecia-se aqui a um ritual de preparação. Os figos eram apanhados com uma roca de cana, nas abas da figueira, onde era difícil chegar até só com a escada.

Mas tinham uma cana grossa e grande, onde Julieta fazia do lado do pé - que era o mais resistente - duas ranhuras, ou cortes cruzados, e em que depois metia uma larga rolha de cortiça que obrigava a cana a abrir até ao ponto desejado, e assim havia mais um utensílio de trabalho artesanal, para apanhar figos ou outra qualquer fruta.

Iam-se apanhando e colocando em camadas, protegendo-os de todos os lados e entre cada figo com parras da própria figueira, e tapando depois por cima com um bonito pano atado pelas pontas.

Todos estes alimentos eram transportados no autocarro para Santarém, nessa época era a agência do Vinagre, foi das primeiras firmas de transportes da cidade, e todas as pessoas lhe chamavam a carreira do Vinagre, que era a única ali a transitar.

Passava às sete da manhã e algum tempo antes já Julieta transportara todos os talegos, ou volumes, para a beira da estrada, muito cedo, ou na cabeça ou com uma espécie de carro de mão feito de madeira, o que era um peso acrescido para subir, esses mais de trezentos metros, sendo a melhor opção, porém, a de levar as coisas até à estrada carregadas na sua cabeça.

Quando chegava a carreira, vinda de Almoster, era só a partir da Ponte do Celeiro que havia este género de carga, para mal dos outros passageiros que, até ao fim da viagem, teriam de esperar que se fizessem aqueles carregamentos.

O cobrador saía da camioneta, mesmo que chovesse, trepava por uma escada pela retaguarda, a Julieta erguia os talegos, e ele puxava com um gancho, aconchegava e tapava tudo. Até as bicicletas os homens faziam carregar lá em cima na camioneta, para depois fazerem a etapa de regresso, e lá se seguia viagem.

Entretanto, Julieta já sentada, pagava o seu bilhete ao cobrador, e o referente a cada volume. No colo levava a sesta dos ovos, e o sonho de fazer uma boa venda, e regressar com o dinheiro para pagar as outras coisas que seriam precisas para a sobrevivência familiar.

Dalila tinha ficado em casa com a avó Joaquina, assim como suas irmãzinhas, e estavam ansiosas pela volta da mãe, mas sabiam que ela não se esquecia e trazia sempre um miminho, podia ser pouca coisa, o dinheiro era preciso para muito mais. Elas já eram quatro, mas Julieta sempre trazia duas pombinhas, eram cortadas ao meio, metade para cada, uma comia o lado do rabo, outra a cabeça, na próxima vez trocava-se, isto porque todas queriam a cabeça.

Era no Outono também que era tempo de uns figos brancos, pequeninos e muito gostosos, só havia uma figueira dessa qualidade na fazenda. Um dia a avó Joaquina resolvera ir visitar uma senhora amiga em Santarém, era a família Manhoso.

A avó apanhou então uma cestinha de figos brancos para levar à D.ª Aida, convidou Dalila para ir com ela na visita, e lá foram até Santarém. D.ª Aida ficou muito feliz quando viu aquela cestinha de figos, que Dalila também ajudou a comer.

A família Manhoso sempre tinha ajudado, e continuava a ajudar, dando trabalho a Deodato, durante cinco anos, nas obras do Forte de S. Julião, onde viviam, ao ponto de receberem Julieta e as filhas que, no Verão, iam lá passar algum tempo, para assim levar as pequenitas à praia.

Foi deste modo que Dalila e as irmãs tiveram os primeiros contactos com a praia, que viram o mar, e que gritavam cheias de medo de cada vez que Deodato as levava para dentro de água, quase à força, para as banhar devidamente, e fazer assim com que as feridas, que lhes apareciam na cabeça, secassem, sarassem com a ajuda da água salgada.

D.ª Aida e a família tinham a sua casa de Santarém, no mesmo local onde a avó Joaquina já havia morado, na entrada da cidade por S. Domingos, numa casa que fora do avô Zé e que tinham perdido por questões de justiça do avô, numa fase muito má da sua vida.

Autora Lídia Frade em A Fazenda onde veio a luz ao Mundo

CONTINUA NO PROXIMO CAPITULO

sábado, 15 de maio de 2010

5º CAPITULO A HORTA DA FAZENDA

5º CAPITULO

A HORTA

A horta começava por ali, uma peça de horta, como lhe chamava a família, que era apenas cerca de três metros de terreno em largura, e de comprimento indeterminado, sendo assim em socalcos dividida até chegar ao ponto mais baixo.

Entre cada socalco e no comprimento da peça, havia sempre latadas de videiras, harmoniosamente seguras umas nas outras com paus de oliveira espetados na vertical, com canas na horizontal, formando as latadas, e tudo isto e mais a poda e enxertia das videiras era feito pela Julieta, que tudo sabia fazer dentro daquela fazenda.

Dando início à horta havia uma nascente de água, principalmente porque, sem água, não poderia haver horta, e ali estava uma grande nascente que saía de uma mina tapada, noite e dia a jorrar uma corrente de água sem fim, na saída dessa nascente um tanque enorme, em profundidade e largura, e dali se regava metade da horta que era muito grande.

A água saía do tanque naturalmente apenas pela força da gravidade, depois de abrir uma das saídas do tanque na altura própria do terreno que se pretendia regar, havendo ainda outra maneira para fazer a rega, a alguma peça de horta que ficava mais alta.

Essa outra forma era a de retirar do tanque a braços, com um cabaço, em ritmo constante, e colocar no inicio da regadeira - numa espécie de calha - fazendo correr assim um caudal certo e, com a ajuda de outra pessoa, fazer a distribuição da água por cada canteiro, e assim se regavam essas peças.

Muitas eram as árvores de toda a variedade de fruta que estavam distribuídas por toda a horta, ameixas de muitas espécies, pessegueiros, damasqueiros, pereiras, figueiras, nespereiras, marmeleiros e, bem perto do tanque, havia uma nespereira muito grande, era das árvores maiores da fazenda, competia com as oliveiras ou figueiras maiores.

Quando estava toda florida em cachos era lindíssima. Certa vez casou uma vizinha e Dalila incentivada pela mãe foi apanhar flores da nespereira para atirar à noiva, eram tão branquinhas, bonitas para uma noiva. Esta é apenas uma lembrança curiosa de criança.

Mas muito mais interessante era subir todas estas árvores quando os frutos estavam maduros, e comê-los ali mesmo no cimo de cada tranca, de cada galho ou de cada ramo, que são apenas vários termos, para descrever o mesmo prazer, de muitas recordações:

RECORDAÇÕES

Recordo os pássaros
Chilreando nos salgueiros
E o vibrante cantar das rãs
Na corrente lenta dos regueiros.
E chapinhar descalça, livremente
Na água límpida da rega
Que corria docemente.
Recordo…
A música suave, tocada pelas brisas
Na folha das caneiras
E o brincar às casinhas
Sob a grande copa das nespereiras.
Recordo ainda, quando subia a cada árvore
Ofegante de ansiedade
Escalando o ramo mais alto
Sentir total liberdade.
Apanhar a fruta fresca,
Que mais me fosse de agrado
Comê-la ali, reluzente e sumarenta,
Que prazer, só hoje valorizado.

Já no terreno plano, que era o mais difícil de cultivar e ficava encharcado até muito tarde, havia uma ribeira a meio por onde passavam todas as águas que vinham de alguns quilómetros em redor, mas tudo era mesmo assim cultivado.

Peças de feijão verde, trepavam pelas canas, cortadas das caneiras que abundavam na fazenda no tempo certo para o seu corte, canas limpas e atadas em molhos, e as mais grossas eram até cortadas em duas alturas e serviam para colocar nas latadas das uvas ou nas vinhas, em ajuda de suporte para o equilíbrio da cepa e do peso dos frutos.

Por sua vez as mais finas eram para aplicar então nos canteiros de feijão, aí colocadas habilmente pela Julieta, uma verdadeira agricultora conhecedora dos seus recursos e incansável no trabalho.
Nesses canteiros de feijão verde trepadiço, ele estava pois disposto e agarrado em rocas, como Julieta lhe chamava, que nada mais eram do que seis canas espetadas na terra frente a frente e à distancia dos pés de feijão, e atadas com juncas, todas unidas acima da altura média de uma pessoa.

Chegava o Outono e era a altura de cavar as peças para plantar as couves, iam-se arrancando as culturas de Primavera e Verão já em fim de vida, e logo Julieta preparava o mesmo terreno para a plantação de couve portuguesa ou de sete semanas, coração de boi, lombardas, e até as couves altas que eram plantadas nos combros à volta das peças.

Essas couves normalmente criavam-se com outra finalidade que não a de corte: deixava-se crescer à vontade, e quando não havia outras serviam para retirar folhas para a criação, e ainda para se deixarem grelar e depois cortar os grelos para comer ou vender antes de florirem.

Ainda havia outra coisa que a Julieta fazia: algumas couves que se deixavam ir florescer, após as flores davam lugar às sementes que, cresciam, amadureciam e, quando começavam a secar, Julieta enfiava uma saca em torno do grande ramo de sementes, evitando assim que as vagens ao abrir, de tanto estarem secas do sol, começassem a tombar na terra.

Eram sementes muito fininhas, bolinhas mínimas, que era preciso guardar para fazer as sementeiras do próximo ano, e assim era feito com todas as qualidades, para criar sempre novas sementes. Assim se fazia igualmente com as outras culturas, secavam-se de todos os cereais, feijão, grão-de-bico, chícharos, favas, ervilhas, etc.

Todas estas coisas criadas nesta fazenda, serviam para a alimentação familiar, mas não só, Julieta ia vender à praça de Santarém, tinha dias certos para tal, os dias em que ela sabia serem de melhor venda. Levava as couves limpas dentro de sacas de linhagem, o feijão verde também, as frutas em cestas de verga ou feitas de canas, sacos de batatas, ou até galinhas dentro de cestos, com os pés atados, e cobertas com um pano atado nas pontas, duas a duas.

Até as cestas vinham da fazenda, pois havia algumas árvores de vime no ribeiro. Esse vime era oferecido a um homem que costumava ir cortá-lo e que, depois, por sua vez, oferecia sempre um cesto menor ou maior, conforme a quantidade que teria apanhado. Mas não era o único.

Autora Lídia Frade em a Fazenda onde veio a luz ao Mundo 

CONTINUA NO PROXIMO CAPITULO

sábado, 8 de maio de 2010

4º CAPITULO A CRIAÇÃO NA FAZENDA

4º CAPITULO


A CRIAÇÃO

Ao lado virado já para a horta, e descendo mais um pouco, ficavam os palheiros do gado, um das ovelhas, e havia várias, e entre elas um carneiro de cobrição.
Era uma garantia familiar, um mealheiro, como a avó lhe chamava: quando havia uma aflição de dinheiro, vendia-se uma ovelha, um carneiro, ou simplesmente as crias, tal como os porcos que se criavam em casa. Se o dinheiro fazia mais falta vendia-se o porco e não havia matança.

Deodato, marido de Julieta, pai de Dalila, gostava muito de comprar porcos ruivos para criar, era uma raça do Alentejo e que deve ser a mesma raça, praticamente, do actual porco preto Alentejano.
Para criar a parir, a escolha já era de recos brancos ou alguns malhadinhos, dependia dos cruzamentos dos pais. Quando chegava a hora das porcas parirem Julieta ia dormir para dentro da pocilga, devidamente limpa e arranjada, esperando a hora do nascimento, para que a porca não matasse alguma cria ao deitar-se.

Uma história se passou num dia, relacionada com os porcos: Julieta criou uma ninhada de porcos desde o nascimento, até quando já estavam perto dos dois ou três meses, e se vendiam. Deodato, que por sua vez é que os vendia, resolveu vender ou doar um desses animais a uma sua amiga mais íntima, que vivia lá na terra.

Mas certo dia alguém foi avisar Julieta que a dita senhora estaria a fazer a sua mudança de morada, para a terra vizinha da Povoa da Isenta, e com ela levaria de certo o tal porquinho que Deodato supostamente lhe teria vendido mas que ela nunca tinha pago.
Coitado do porquito, já estava crescidinho!... mas tinha de fazer a caminhada a pé para a nova casa, não havia transporte para o levar, tinha de ir acompanhado pela dita dona a andar quatro quilómetros. Julieta fora informada de que ela ia com o porco a pé, meteu-se estrada fora e foi sair-lhe ao caminho.

Sem outra intenção que não fosse receber o seu dinheiro referente ao porco, que nunca havia sido pago, ou então o porco só sairia dali com a Julieta - dinheiro não havia, apenas a razão e o direito que as duas reclamavam.
Sendo assim, passaram a agir, no meio de insultos, agressões, puxões de cabelos, até se descabelarem todas, mas o porco ficou, voltou para a posse de Julieta, e quando Deodato teve conhecimento do caso só se ria, pelo caricato das cenas contadas e com todo o seu ar de gozo.

Voltando à casa, aos anexos, atentemos agora nos palheiros que eram do macho, e dos burros… Deodato gostava muito de burros, e comprava alguns grandes, que Julieta detestava, dizia ela que eram espanhóis, eram grandes, com força, mas não tinham genica nenhuma, eram moles no trabalho, nada parecidos com os de raça portuguesa, que eram pequenos mas com despacho.

Do lado de trás da casa eram as capoeiras. Todos os palheiros e capoeiras eram construídos em adobes, que eram feitos de terra cavada, amassada com água e alguma palha para poder fazer melhor a ligação e não se desmanchar tão facilmente, pois não eram cozidos.

Havia um espaço bem chegado aos palheiros onde Julieta preparava os seus adobes, depois da terra cavada acarretava baldes de água do tanque, despejava lá para dentro, até amolecer a terra, e depois saltavam lá para dentro, amassavam com os pés, como se pisassem uvas.

Na medida em que a terra ficava bem envolvida com a água Julieta ia-lhes juntando um pouco de fenos, depois de bem envolvida eram cheias uma espécie de formas, também elas preparadas por Julieta e feitas de pedaços de madeira.
Cheias as formas eram deixadas ao sol a secar, só depois, desenformados e bem secos os conteúdos, com eles Julieta fazias as capoeiras e remendava os palheiros. Este era um trabalho que Dalila gostava de ajudar, principalmente o de pisar a lama.

As galinhas, galos, patos, e perus, todas estas aves, assim como todo o outro gado, eram apenas criados com tudo o que existia na fazenda.
Desde fruta a hortaliças, cereais, palhas, tudo mesmo, só uma coisa a Julieta comprava na loja, era as sêmeas ou farelos que poderiam juntar na palhada. Esta obviamente era feita de palha e sêmea, para o gado de quatro patas, quando era altura de escassear todo o resto. Ou ainda quando uma fêmea paria e tinha de amamentar, por vezes teria assim um tratamento especial. Sêmeas ainda para as aves comerem, amassadas com couves migadas.

Havia uma qualidade de sêmeas feitas de farinha de alfarroba, Dalila adorava que a mãe comprasse daquelas sêmeas, ela ia escolher os pedacinhos de alfarroba mais grossos para comer, era doce e gostosa e, ela gostava muito do seu sabor.
Aos pintainhos quando nasciam e ainda não sabiam comer, Julieta comprava-lhes arroz mais barato para eles comerem, depois iam-se habituando pouco a pouco à comida dos grandes, depenicando aqui e ali.

Os patinhos acabados de nascer comiam sêmeas amassadas, depois iam comendo desde alguma fruta muito madura, até caracóis esmagados, que eles adoravam, isto enquanto eram pequenos.
Já para os perus era comida diferente, quando nasciam coziam-se verduras e misturava-se farinha de milho, fazia-se uma bola com essa mistura, e eles vinham comer à mão depenicando essa bola, até encher o papo, e era um trabalho que Dalila adorava fazer, sentir os biquinhos a depenicar e comer na sua mão.

Depois todas essas aves eram também transformadas em dinheiro, tal como os ovos, quando chegavam as necessidades.

Na frente de toda a casa havia um jardim que Julieta, ajudada pelas filhas, e até a avó Joaquina, faziam e cuidavam muito bem.
Era aí que muitos malmequeres brancos, grandes, lindos, caíam como que em cascata pelos valados e preenchiam todas aquelas inclinações de terrenos, era lindíssimo esse jardim. Rosas, cravos, lírios e outras flores, todos os dias eram regadas, com regadores ou baldes, pois Julieta encarregava as filhas de regar ao fim do dia, quando já tinham idade para aguentarem com as vasilhas da água.

Logo ao descer a caminho da horta havia uma árvore que Dalila adorava, mas nem era uma árvore de fruta, nada disso, dava fruto mas não para comer, só a avó Joaquina sabia para que eram bons, e ela fazia chá das flores secas, e até das bagas.

Era um grande sabugueiro, uma árvore bonita, redonda, sempre podada, desde as suas flores lindíssimas, branquinhas, e quando Dalila lhes pegava nos pés e as virava, pareciam umas sombrinhas de senhora feitas de renda.
Depois as flores iam caindo, dando lugar ao aparecimento dos frutos, nasciam e logo iam ficando vermelhos e, pouco a pouco, cada vez mais escuros, até parecerem pretos, totalmente maduros, isto era um ciclo inesquecível para Dalila. Tal como está descrito, num poema que lhe foi dedicado.
Esse poema está colocado na entrada anterior, sobre o sabugueiro.


O MEU SABUGUEIRO

Meu companheiro
De flores mimosas
Chapéu de aguaceiro
Mais belo que rosas.
De branco vestido
A tua ramada
Belo véu de noiva
De cauda bordada.
Quando já maduros
Que teus frutos criaste
Contas de rosário
Que a Deus enviaste.
De negro vestido
Em luto tão puro
O meu sabugueiro
De fruto maduro.
Amigo de outrora
Quando era criança
Perpetuo agora
A tua lembrança.



LÍDIA FRADE
em a Fazenda onde veio a luz ao Mundo

CONTINUA NO PROXIMO CAPITULO

quinta-feira, 6 de maio de 2010

AS RAINHAS EM TEMPO DE ROSAS

AS ROSAS Não há, decerto um jardim Que rosas não tenha, plantadas Podem ser de muitas cores, Com perfume, bem cuidadas. Cortando aqui, ou ali Enfeita-se toda a casa, O jardim fica repleto A casa toda enfeitada. Quem não se sente feliz? Ao receber uma rosa! E se quem oferece, puder, Um grande ramo oferecer! As branquinhas da pureza, As vermelhas de paixão! Mas que importa aqui a cor? O que interessa é a intenção. Se a oferta for de amor! Basta apenas um botão!

AS RAINHAS, EM TEMPO DE ROSAS





quarta-feira, 5 de maio de 2010

O MEU SABUGUEIRO






O MEU SABUGUEIRO


Meu companheiro
De flores mimosas
Chapéu de aguaceiro
Mais belo que rosas


De branco vestida,
A tua ramada
Belo véu de noiva
De cauda bordada


Mas se já maduros
Teus frutos criaste
Contas de rosário
Que a Deus enviaste


De negro vestido
Em luto tão puro
O meu sabugueiro
De fruto maduro


Amigo de outrora
Quando era criança
Perpetuo agora.
A sua lembrança




UMA DAS PLANTAS DA MINHA AVÓ




Era pois das plantas que ela tinha sempre o cuidado de preparar para os chás de família, tinha um grande sabugueiro mesmo junto da casa, colhia primeiro as suas flores cuidadosamente secas para guardar, dentro dos seus saquinhos de retalhos, depois mais tarde, quando das bagas já maduras eram também apanhadas e postas a secar após do que se guardava.




O chá deve ser feito com, um litro de água, com duas a cinco colheres de flores secas, é depurativo para a limpeza de todo o organismo.
Esta receita que se segue foi retirada do endereço mencionado.






http://bagasabugueiro.blogspot.com/2006/09/algumas-receitas.html

Bebida de Flores de Sabugueiro:





2 L de água500 g de açúcar.Sumo e raspa de um limãoFerva a água com o açúcar, deixe esfriar, coloque o sumo e as raspas de limão e as flores de sabugueiro.Deixe descansar por 24 h, coberto com um pano de linho ou algodão.Coloque em um vidro de 3 l de boca larga, ou um recipiente que possa ser hermeticamente fechado.Acrescente 1 l de vinho branco ou cidra e deixe descansar por duas semanas.Essa bebida mágica pode ser servida como suco, e inclusive misturada com frutas e água.