sábado, 31 de outubro de 2009

PORTO DOURO, DOURO PORTO, DE LIDIA FRADE

PORTO DOURO, DOURO PORTO




Bonito é teu nome Rio Douro, 
Pelo brilho do sol dourado 
Que doa seu dourado ao vinho. 
No dourado declinante das encostas 
Folhagens, transformação, 
Ou fim de ciclo, 
Do que foi vegetação. 
Hoje tu foste, 
Ó Douro, um pouco meu 
Penetrei teu corpo 
Rasguei teu caudal 
Do teu leito olhei o céu 
Olhei as margens que rasgaste. 
Recuei no tempo
Mas eu só vi, 
Que és em todo! 
Intemporal. 



Nas marcas do tempo, as pontes, 
Com histórias de gerações, 
Braços e abraços, ligados na vida 
Que entre o teu corpo, e o céu 
Fazem passar multidões. 
Com os rabelos tão serenos, 
E os restos de bairros, suspensos,
Como presos por encanto,
Quase, cenário irreal,
De vegetação camuflante
Composta pela mão de Deus.
Cardumes em luta infernal
Por dejectos de vida humana
Que escurecem teu caudal.



Mais compõem o teu cenário
Gaivotas cruzando o Rio
Muralhas guardando a Foz
Miradouros… muitos
Vistos e revistos, de fio a pavio.
Ondulação leve
Brisa fresca, cheirando a mar
Que penetra nos meus sentidos
Ao transcrever esta poesia, para vós.

POEMA DO LIVRO "UMA PEDRA NO CHARCO"