terça-feira, 28 de dezembro de 2010

ANO NOVO!!! VIDA NOVA!!!

























ANO NOVO!!! VIDA NOVA!!!


É sempre um mote de esperança
Nesta vida complicada
Mesmo sem haver bonança
Neste cai não cai… que se arrasta…
Que sem esperança… não é nada.

Esperança num amanhã
Num depois ou muito mais
De que serve andar aos ais?
Se pararem, a vida é vã!
O que é preciso,… é mudar!


Mas… a vida não é só drama,
Podemos erguer a voz,
Vamos lutar a cantar!
Pois nesta difícil subida
É meio caminho, a alcançar.


Vai ser duro, o caminhar!...
Mas se não quer na corrida,
Ver o comboio passar!...
Levante o olhar, vá em frente,
E pára apenas, para pensar.


Do que quer, e no que sonha!
Desenvolva-o, no caminho,
E não pare …se tropeçar,
Trate as mágoas com carinho,
Mostre assim… que sabe amar!


O ANO NOVO!!! A VIDA NOVA!!!
É sempre um mote de esperança
Há sempre um sonho, a alcançar.


De LÍDIA FRADE

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O PRIMEIRO PAI NATAL


20º CAPITULO








O PRIMEIRO PAI NATAL


Dalila estava muito feliz, a madrinha tinha escrito uma carta a convidá-la para ir passar o Natal a sua casa, era na cidade, e isso já era muito importante para ela, seria diferente passar o Natal na cidade e isso tinha-a deixado em euforia. O padrinho por estes tempos veio à terra, fazer umas compras, para vender num lugar de hortaliças que tinham na nos arredores de Lisboa.


Entre tudo o que levava ia também o “furgon” carregado de pinheiros que iriam vender na sua loja, para os clientes fazerem as árvores de Natal, porque ao tempo ainda se vendiam muitas árvores naturais, mais tarde é que passaria a ser o domínio das artificiais.


A viagem foi um pouco demorada, não havia auto estradas, foi sempre por estradas nacionais, e Dalila chegou muito enjoada, não estava habituada a fazer viagens longas.
Já na casa dos padrinhos apercebeu-se de que havia mais pessoas lá a viver para além dos padrinhos e do filho, estavam pois aí também a mãe da madrinha, e uma empregada, a Alda.
A sua integração na família foi sem problemas, já ia fazer doze anos, já podia também ajudar a fazer alguma coisa, numa casa como esta onde trabalho não faltava.


Ajudava já na limpeza da loja, na arrumação das montras de frutas e expositores de hortaliças, ou até ir à casa de algumas clientes para saber o que precisavam, para depois lhes levar a casa.
Primeiro ia com a Alda de forma a aprender os caminhos, as ruas, os andares, e em pouco tempo tudo estava decorado, passando a ir sozinha, o que gostava, dava-lhe prazer poder ajudar.


A madrinha, vendo talvez as poucas roupas que Dalila levava, resolveu chamar uma costureira lá a casa – uma que já era costume fazer-lhe uns trabalhos – e comprou uma fazenda quentinha aos rectângulos verde-garrafa e preto, para fazer um casaco comprido, que ficou muito bonito, tinha um macho nas costas que abria até ao fim do casaco, e uns bolsos. Dalila nunca havia tido um casaco bom e bonito como aquele, estava muito feliz.


Depois, tendo a madrinha também em casa um tecido que dava para um vestido, ficou ainda mais feliz, era um tecido de Verão, mas isso não era preocupação, mesmo assim Dalila não perdeu a oportunidade, até ficava bem com o casaco novo.
Era bege esse tecido, e com flores formando riscas, que foram trabalhadas em vários sentidos, ficou lindo o vestido, e Dalila nem perdeu a oportunidade de estrear o seu vestido de Verão, em pleno Inverno.
Entre as roupas que tinha levado para vestir na casa da madrinha, lembra-se de uma peça muito particular, era um corpete que a mãe lhe tinha feito, para aconchegar o peito que estava a crescer. A madrinha ficou admirada, na cidade já não se usava aquele tipo de vestuário, e então fizeram em tecido uns pequenos soutiens que ela passou a usar e que serviam de modelo para outros.


Aquele Natal seria em tudo especial na vida de Dalila, tudo era novo, brilhante, seria também um Natal diferente dos da sua casa, e numa época em que tudo estava a ser diferente.
O seu corpo estava em transformação, pois estava a ficar uma mulherzinha, e estava a ver e conhecer coisas completamente novas para ela.


Nas vésperas do Natal, a madrinha foi com Raul - o seu filho - Dalila e Alda, fazer compras no Braz & Braz ali na cidade, ali já se faziam compras de Natal, já se compravam prendas, e já havia um Pai Natal na porta do armazém.
Estava a receber os clientes e a fazer a festa com as crianças que iam lá só para o ver, como aconteceu com Dalila, aquele era o seu primeiro Pai Natal, nunca tinha visto outro até ali.
Foi também a primeira vez que Dalila viu luzes de Natal, já havia muitas casas de comércio com luzes e o Braz & Braz era já uma grande superfície da época, toda enfeitada.


Aquela festa de Natal e tudo o mais que lhe foi envolvente, Dalila viveu com grande alegria mas, apesar de todas as novidades, tudo se vive, tudo passa, menos as coisas que fazem a diferença e que marcam mais profundamente, e Dalila guardou essas vivências muito profundas, coisa que a marcou e nunca esqueceu.


Como seria normal e natural acontecer, os pinheiros que o padrinho tinha levado eram para vender antes do Natal e apenas sobrou um, todos os outros se venderam. No dia seguinte ao Natal, como acontecia todos os dias, o lugar de frutas foi aberto na hora habitual e, como já foi referido, tinha ficado apenas um pinheiro, o qual foi colocado na porta, do lado de fora, pela Dalila e a Alda - como tinha aliás acontecido com todos os outros que se foram vendendo - enquanto preparavam a abertura da loja.


A meio da manhã, quando Dalila estava por ali de vigia na loja, chega um rapazinho que teria talvez uns nove ou dez anos, trazia umas moedas na mão, queria comprar o último pinheiro, que estava encostado na porta. Mas para Dalila isso não tinha cabimento, não fazia sentido, quem é que ia comprar, no fim de ter passado o Natal, o pinheiro para fazer a árvore de Natal? E ela disse que não lhe podia vender o pinheiro.


A madrinha não estava ali no momento, mas Dalila como achava que nunca faria a árvore, depois do Natal, não a quis vender, mas ficou com muita pena de não poder oferecer aquele pinheiro, que acabaria por ir para o lixo. Oferecer, àquele menino, que possivelmente nem aquelas moedas tinha, antes do Natal, para o comprar, e que queria mesmo assim a sua árvore, já depois do Natal.


Ele foi-se embora triste, Dalila ficou também triste por não lhe poder oferecer o pinheiro, que não era dela, era dos padrinhos. Nunca mais viu a outra criança, mas também nunca mais a esqueceu.
*
Em Janeiro Dalila fez os doze anos, a madrinha fez um bolo de aniversário, fizeram uma festa e ofereceram-lhe um relógio de pulso. Ela não esperava aquela surpresa, ficou muito feliz e muito vaidosa, com o seu relógio, com o seu vestido e o seu casaco, agora já não era a mesma menina que tinha chegado da província.


Dalila gostava mesmo de ir a casa das clientes levar as encomendas ou perguntar se queriam alguma coisa. Numa dessas entregas havia a senhora do Sr. Major, que era uma senhora muito fina, e não tinha filhos.
Ela fazia-lhe muitas perguntas e um dia mandou-a entrar para lhe mostrar o seu presépio, a sua árvore de Natal, era tudo tão bonito que Dalila ficou encantada, tudo na casa era lindo.


Era essa senhora principalmente que lhe dava sempre vinte e cinco tostões aquando das entregas, que ela ia juntando com mais alguns tostões das outras senhoras, e o seu destino era a pastelaria vizinha. Alda havia-lhe ensinado o caminho, e deu-lhe a conhecer os pastéis de nata, que Dalila gostou tanto que todos os seus tostões eram agora para os pastéis de nata. Mas ela não tinha dito nada à madrinha, pensou que poderiam ralhar com ela, por ir comer os pastéis, mas mesmo assim o pior aconteceu, o dono do café contou à madrinha.


Ela quis logo saber onde ia arranjar o dinheiro, Dalila disse-lhe que eram as clientes que lhe davam, mas achou que ela não acreditou, porque a Alda também comprava e a madrinha achava que ela lhe tirava o dinheiro da gaveta.
Dalila não gostou que duvidassem dela, ficou magoada e começou a desejar voltar para casa, até porque já começava a sentir saudades da mãe, da avó e das irmãzinhas, mas tinha de esperar que o padrinho pudesse vir á terra para a trazer.


Um dia a esposa do senhor Major perguntou-lhe porque tinha um dente partido e já estragado na frente, e Dalila contou-lhe que tinha sido uma colega da escola, a Maria Ludemira, que lhe havia batido com a mala da escola. Então a Senhora ofereceu-lhe uma escova para ela lavar os dentes, mas não ofereceu a pasta, e Dalila não tinha nada mais, tinha só a escova, mas mesmo assim ficou muito contente e agradecida.


CONTINUA NO PROXIMO CAPITULO

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

ESPONTÂNEOS DE NATAL










NATAL DE HOJE


Tudo na vida tem tempo,
Tempo na vida tem hora,
Natal, festa de momento,
Chega breve, e vai embora.
Apenas tempo de festa,
Para quem quer festejar,
Apenas tempo de trocas,
Para quem quiser trocar.
Mas tempo de doação,
Para quem quiser doar,
Dádivas, de coração
Sempre um bem a alcançar.
Entre amigos e queridos
Será assim meu Natal,
A uma mesa reunidos,
Sempre festa, e sempre igual.
Entre pratos e travessas,
Reúnem-se assim iguarias
Sobre uma toalha de festas,
Com mães, sobrinhos e tias.
Depois, cumprem ritual,
De mais, ou menos lembranças,
Não esquecendo o principal,
Da festa, que são as crianças.


Tecnologia, tem meu Natal
Para ver quem está longe
E como é fácil afinal…
Sou sortuda em tempos de hoje,
Em ter assim meus queridos,
Em ter assim meus amigos,
Em ter assim meu Natal.


Lídia Frade


PERDIDO NO TEMPO
NATAL


Com memórias de infância
Com histórias guardadas
De quando era criança
Natal, das bonecas de trapo
Que a avó Quina fazia
De qualquer farrapo.
Natal, dum presépio de papel
Com figuras recortadas
Mas pintadas sem pincel.
Natal dos sapatinhos
Deixados na chaminé
Onde Jesus descia, pelo seu pé.
Natal das broas
Que a mãe amassava e cozia
E de manhã, com uma moeda
No sapato aparecia.
Natal onde, com uma broa
Que era da mãe, não de Jesus
Se acabava a magia.
Natal simples Natal
Quando a um monte subia
Um pinheiro vivo cortava
Um monte de musgo arrancava
Da terra onde água vertia.
Natal, onde uma árvore
Num canto da casa se erguia
Onde enfeites não havia
Onde um moleiro de trapos subia
E farinha num saco trazia
Que era visto como símbolo
E na casa o pão garantia.
Natal onde flocos de algodão
Simbolizavam magia, da neve
Que em Dezembro caia.
NATAL NATAL NATAL
De corações e braços abertos
Vazios de coisas inúteis
Mais de corações despertos!
Natal, este sim, sem coisas fúteis.


LÍDIA FRADE

sábado, 4 de dezembro de 2010

A LENDA DA ÁRVORE DE NATAL

UMA ÁRVORE DE NATAL DE UM CENTRO COMERCIAL
ESTA UMA ÁRVORE DE NATAL E PRESÉPIO, APRISIONADA ENTRE GRADES DE JANELA
ALGURES NO RIBATEJO
Lenda da Árvore de Natal Quando o Menino Jesus nasceu, todas as pessoas e animais e até asárvores sentiram uma imensa alegria.Do lado de fora do estábulo onde o Menino dormia, estavam três árvores: uma palmeira, uma oliveira,e um pequeno pinheirinho.
Todos os dias as pessoas passavam e deixavam presentes ao Menino.- Nós também Lhe deviamos dar prendas! - disseram as árvores.- Eu vou dar-lhe a minha folha mais larga - disse a palmeira - quando vier o tempo do calor ele pode abanar-se com ela e sentir-se mais fresco.
Então disse a oliveira : - E eu vou dar-lhe óleo.Perfumados óleos poderão ser feitos a partir domeu sangue.- Mas que lhe poderei dar eu?- Perguntou ansioso o pequeno pinheiro.- Tu? Os teus ramos são agudos e picam - disseram as outras duas árvores .-Tu não tens nada para lhe dar !O pequeno pinheiro estava triste.Pensou muito,muito,em qualquer coisaque pudesse oferecer ao Menino que dormia,qualquer coisa de que oMenino pudesse gostar.Mas não tinha nada para lhe dar.
Então um anjo, que tinha ouvido a conversa toda , sentiu pena da arvorezinha que não tinha nada para dar ao Menino.As estrelas estavam a brilhar no céu .Então o anjo, muito de mansinho, trouxe-as uma a uma cá para baixo, desde a mais pequeina à mais brilhante e colocou - as nos ramos pontiabgudos do pinheiro. Dentro do estábulo, o Menino acordou .
E olhou para as três árvores do lago de lá da gruta , contra a escuridão do céu.De repente as folhas escuras do pinheiro brilharam, resplandecentes, porque nelas as estrelas descansavam como se fossem elas.Que lindo estava o pequeno pinheiro, que não tinha nada a oferecer aoMenino...E o Menino Jesus levantou as mãozinhas, tal como fazem os bebés, e sorriu para as estrelas e para aquela árvore que lhe iluminara a escuridão da noite.
E desde então o pinheiro ficou a ser, para todo o sempre, a Árvore de Natal.(História tradicional inglesa) publicado por marina mendes às 09:27 link do post comentar
POR LÍDIA FRADE

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

POEMAS DA II ANTOLOGIA



QUEREMOS


Quero-te em mim
Cheio do teu carinhoso abraço,
Quero-me em ti
Com essa força e desejo
Que confunde a nossa pele
No desejo do amaço.
Quero-te em mim
Com a ternura com que afagas,
Os meus cabelos, ou as minhas
Prenunciadas curvas.
Quero-me em ti
Nas efusivas horas,
Do nosso amor, e odor,
Nas carícias, de um suave adormecer,
Ou na despedida terna
De cada manhã, a alvorecer,
Ao começar o nosso dia,
Ao receber com alegria,
A tua sempre nova,
Mensagem de amor.


NÓS


P ARA VIVER NESTE ACONCHEGO
A SSIM NOSSA VIDA CALMA
U SAREI DO MEU SABER
L EVANDO ASSIM DE MÃO DADA
O S NOSSOS PASSOS, A NOSSA ALMA.


L EVITANDO, A BOM PRAZER
I DEAIS, E MUITO MAIS
D ESEJOS, SONHOS QUE TAIS,
I MAGINÁRIOS… OU REAIS!!!
A MPLEADOS!!! FOCANDO O ACONTECER!!!


Poemas do Livro II ANTOLOGIA Dos HORIZONTES da POESIA De Lídia Frade

domingo, 28 de novembro de 2010

CAPA DA ANTOLOGIA ONTEM ENTREGUE AOS SEUS AUTORES

CAPA DA ANTOLOGIADE COM 40 AUTORES E TRABALHOS DE TODOS OS GÉNEROS DE ESCRITA
CAPA DO LIVRO DE QUADRAS ENCADEADAS, DOS PATICIPANTES DOS HORIZONTES DA POESIA, UMA LEITURA MUITO INTERESSANTE, PELA SUA ESPONTÂNIEDADE MOMENTANEA, COM CREATIVIDADES BEM DIFERENTES, DA QUAL FAÇO PARTE.

ALMOÇO DE LANÇAMENTO DA ANTOLOGIA DOS HORIZONTES DA POESIA










sexta-feira, 19 de novembro de 2010

AS MINHAS ULTIMAS OBRAS-PRIMAS

CAPA DO LIVRO "AMOR ETERNO Interregno e Silêncio" de Lídia Frade PINTURA EM TELA LY


FOTO DA CAPA DO LIVRO "A FAZENDA ONDE VEIO A LUZ AO MUNDO" de Lídia Frade. PINTURA EM TELA, LY

O MAR E EU



O MAR E EU


Grandioso é teu poder e querer.

Beijando a rocha tão firme

Como na vida tão firme

Uma rocha, eu queria ser.


Recolhes ó mar, em teu abraço,

E recuas no teu suave beijar,

Calmamente, levas contigo o desejo

E é mais forte, o teu beijar.


Mar calmo, maré vazia,

Água límpida transparente

Tão suave como mão que acaricia.


Onda leve tão envolvente

Como saliva tocando um corpo

Em desejo escaldante, de areia quente.



POEMA E PINTURA DE LÍDIA FRADE

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

MEUS CONTOS DESCONTADOS, A TARTARUGA


A TARTARUGA


Já quase a amanhecer, a noite já tinha passado, o corpo já descansado, contudo, parece que no subconsciente, ainda do outro lado da passagem para o acordar, algo já estava a trabalhar, como um alerta que se escreve no caderno de notas, aquele era um alerta mostrado num sonho.


Um rio, com água límpida transparente, que corria cobrindo um leito com pedras e seixos, e de tão transparente se via, do esverdeado ao castanho dourado, das pedras e seixos cobertas por algas, com uma fauna e flora longe, de qualquer poluição.


A nadar no meio deste rio, no paraíso do meu sonho, andava eu! Mas pouco avançava, a água no rio corria, a uma velocidade que eu via, mas eu não ia na corrente, mais me sentia flutuar, do que nadar, contudo eu queria chegar até à margem, e não avançava, mas isso não me estava a preocupar, até que algo apareceu.


E neste descanso flutuante, olhando o fundo do rio, eis que de repente vejo passar a meu lado um bichinho, uma tartaruga pequena a meu lado, parecia quase insignificante!
E aquele pequeno bicho minúsculo comparando ao meu tamanho, ali ao pé de mim passava por mim a nadar, encaminhava-se para a margem, e conseguia-o mais rápido do que eu, ia conseguir chegar primeiro.


Achei que não podia ser, eu tinha de conseguir, pelo menos acompanhar aquela tartaruga! Eu, mais lenta que uma tartaruga!!! Como é que podia ser?
Esforcei-me, debati-me com a água, cansei-me enormemente, a tartaruga parecia lançar-me um desafio, ou pelo menos, eu assim o entendi, mas consegui acompanhar a tartaruga, e consegui chegar até á margem, no mesmo tempo que a tartaruga.


Acabou por ali, a minha aventura na madrugada, ao lado daquela tartaruga minúscula que, me desafiava numa corrida, ou a intenção seria outra?!
Acordei e recordei, a água do rio que corria cristalina, as lindas corres do leito do rio e, principalmente a tartaruga, que me fez parar e pensar.


É certo que um sonho!… É sempre um sonho!… mas poderemos transporta-lo para a realidade, tentar concretiza-lo, ou poderemos ainda interpreta-lo, ou relaciona-lo, com algo real ou já existente, da nossa vida.
Foi o que eu pensei ao acordar… Transportei a tartaruga, para a minha realidade acordada, e reconheci que… estou a caminhar a passos de tartaruga, tenho de me esforçar mais… já não consigo acompanhar uma lebre, é certo!
Mas passos de tartaruga é pouco para mim!!!


Lídia Frade

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A AMANTE NA OLIVEIRA


19º CAPITULO



A AMANTE NA OLIVEIRA

Como já todas as pessoas sabiam, Deodato mantinha uma amante desde há vários anos, que vivia perto de Santarém. Talvez por se terem zangado, pois dizia-se que era frequente ele bater-lhe e até cortar-lhe o cabelo nas brigas, certo é que ela resolveu ir procurá-lo na Ponte do Celeiro.

Era Inverno, veio de noite, num táxi, havia clientes na taberna e, na frente da porta da taberna, havia uma oliveira. Ela subiu para cima da oliveira, sítio de onde poderia vê-lo ao balcão, com os clientes, esperando assim um momento para lhe enviar o recado de que estava ali.

Vendo um cliente chegar ou sair, chamou lá do pé da oliveira onde estava empoleirada, para que lhe levassem o recado, tinha de falar com ele. Acabaria por falar mas ele mandou-a de volta para Santarém.
Parece que um cliente por ali, com transporte, fez a gentileza de a levar de novo para Santarém, e Deodato não estaria preocupado de modo algum como ela lá chegaria, estando a dez quilómetros de distância.

Mas foi por estes acontecimentos e outros mais que, Julieta, ali e naquela época, tentou por vários meios por termo à vida. As filhas estavam com a avó Joaquina em casa e pouco sabiam, só quando ele a levava para o hospital, no outro dia, é que elas ficavam a saber.
Como uma vez, em que ele não aparecia, e a deixara ali sozinha na taberna, de noite, sem vizinhos, ou na beira da estrada. Uma primeira vez bebeu petróleo, em desespero de causa, e foi ele mesmo que a enviou para o hospital quando arriba já de manhã e a encontra desmaiada.

Numa segunda, já tentou com algo mais forte, bebeu ácido, e de novo, pelo menos ele, chegou a tempo de chamar a ambulância, e lá foi mais uma lavagem ao estômago que a conseguiu safar.
Mais algum tempo, e foi por outro meio: a avó Joaquina já estava a viver com as netas numa casa comprada por Deodato, no Cabeço de Almodelim. A fazenda do avô Zé, também continuava lá, até, mas aí só faziam a horta, que era preciso regar.

Ele, Deodato, queria ir para Santarém, tinham discutido, e Julieta disse que ia regar a horta, foi lá para baixo, para a fazenda, e foi de facto regar, mas mais uma vez achou que não queria viver assim. Nem as filhas a animavam. Quando acabou de regar, meteu-se dentro de casa, na cozinha da avó Joaquina, fechou a porta por dentro, subiu a uma escada de madeira, atou dois baraços um ao outro – ‘era só o que por lá havia’ - atou no barrote, atou no pescoço, e tirou os pés do apoio.

Dalila veio de casa ter com a mãe à taberna para buscar uma quarta de água, e quando chegou lá perguntou ao pai por ela, que lhe disse ‘vai lá a baixo à fazenda procurá-la, disse que ia regar, nunca mais veio’.
Dalila correu estrada abaixo, chegou lá, chamou, voltou a chamar aflita pela mãe, mas nada, não respondia, a horta estava regada, mas dela não sabia, as portas estavam fechadas.

Mas Dalila já esperava tudo, já estava preparada para tudo nos seus doze anos, já era muito madura, conseguiu abrir uma janela da casa da avó, saltou pela janela para dentro, quando chegou à cozinha, lá estava ela, caída no chão, a boca cheia de espuma branca, o baraço não aguentou, partiu-se, e ela caiu.

Dalila pensou que a mãe estava morta, saiu dali a gritar, gritou sem parar, correu estrada acima, sempre a gritar chegou à taberna, a gritar chamou todos os nomes que achou por bem chamar ao pai, gritou-lhe que ela estava morta por causa dele, continuou a gritar pela estrada do Cabeço, ia dizer à avó, às irmãs.

Pelo caminho ao ouvi-la chorar e gritar apareceu um vizinho, o Artur, a perguntar-lhe o que tinha, mas Dalila não lhe disse, só gritava, o Artur seguiu-a e até a Sebastiana, vizinha também, brigou com ele a perguntar ‘ó Artur, o que estás a fazer à rapariga?’ pensando que era ele que lhe estava a fazer algum mal, mas não, ela só corria e gritava.

As vizinhas seguiram todas para tentar descobrir porque gritava, até que todos souberam, a avó soube, foram todos até à fazenda, mas Dalila não foi, não podia ver o pai, quando lá chegaram já Deodato tinha mandado alguém chamar a ambulância, e mais uma vez Julieta foi para o hospital.
Julieta ainda desta se livrou, mas teria de passar por muitas mais. Neste dia os baraços não aguentaram o peso do corpo e partiram, esteve desmaiada, mas tudo passou, e aguentou. Pelo menos para viver ainda mais meio século.

CONTINUA NO PROXIMO CAPITULO

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

GOLEGÃ E SEU AMBIENTE DA FEIRA DO CAVALO

ALGUNS APETRECHOS QUE FAZEM PARTE DOS ARREIOS E MONTAGENS
SELIM OU SELA? PARA CRIANÇAS E SUA MONTAGEM NOS CAVALOS
AS GUIZEIRAS PARA ENFEITAR OS ANIMAIS, FAZEM PARTE DOS ADORNOS DOS ARREIOS                                            

                                                    

                                                     NOVEMBRO

Nos ditados populares
Reside a sabedoria
Dos tempos e contratempos
Dos meses, anos e dias
E tudo tem o seu tempo,
Seu nome, crença e magia

Estava eu um destes dias
Numa doce sombra sentada
Dando aos ditados razão
Era novembro, quem diria?
Tanto sol, no avançar do dia

Acolhedor e soalheiro
E na sombra daquela arvore
Eu pensei com os meus botões
Que os ditados populares
Revelam as suas razões.

Entre castanhas e vinho
Diz o povo com razão
Á terra lança o teu pão
Que é verão de S. Martinho.


POEMA DE LÍDIA FRADE





















FOTOS LÍDIA FRADE