segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

DE VESTIDO LARANJA


DE VESTIDO LARANJA

Era o fim de uma tarde
Naquele fim de verão
Daquelas que aquecem
A água da maré
Na hora da maré cheia

Um olhar perdido
Um andar ausente,
Mas um corpo presente
Caminhava descalço
Cabelos ao vento

Um andar incerto
Um corpo presente
Com a alma ausente
Entre os dois um deserto

Com lágrimas rolando

Turvando o olhar
que se confundiam
Com salpicos de mar
E o vestido laranja

Tocando nos pés
Um modelo atrevido
Colado, enrolado,
Molhado, nas marés,
Os seus pés, sobre um monte

O seu corpo presente
De olhar, andar,
E, alma ausente,
Seu olhar no horizonte
No infinito

No azul do céu
No azul do mar
Misturado
Mergulhado,

Ali, ficou rezando,
Pedindo, implorando,

A proteção
Aos Deuses do mar,
Á energia solar,
Mas só pedia força
Para continuar,


E, seu vestido laranja
Colado, enrolado, molhado,
Nesse dia a findar
Tinha a mesma côr,
Do sol,
A mergulhar.


A Autora LÍDIA FRADE

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