DE VESTIDO LARANJA
Era o fim de uma tarde
Naquele fim de verão
Daquelas que aquecem
A água da maré
Na hora da maré cheia
Um olhar perdido
Um andar ausente,
Mas um corpo presente
Caminhava descalço
Cabelos ao vento
Um andar incerto
Um corpo presente
Com a alma ausente
Entre os dois um deserto
Com lágrimas rolando
Turvando o olhar
que se confundiam
Com salpicos de mar
E o vestido laranja
Tocando nos pés
Um modelo atrevido
Colado, enrolado,
Molhado, nas marés,
Os seus pés, sobre um monte
O seu corpo presente
De olhar, andar,
E, alma ausente,
Seu olhar no horizonte
No infinito
No azul do céu
No azul do mar
Misturado
Mergulhado,
Ali, ficou rezando,
Pedindo, implorando,
A proteção
Aos Deuses do mar,
Á energia solar,
Mas só pedia força
Para continuar,
E, seu vestido laranja
Colado, enrolado, molhado,
Nesse dia a findar
Tinha a mesma côr,
Do sol,
A mergulhar.
Sem comentários:
Enviar um comentário