22-9-11-4º DIA
NO REGRESSO A CASA AO FIM DO DIA
MOSTEIRO DA BATALHA
O
Mosteiro de Santa Maria da Vitória (mais conhecido como
Mosteiro da Batalha[1]) situa-se na
Batalha,
Portugal, e foi mandado edificar por D.João I de Portugal
[2] como agradecimento à
Virgem Maria pela vitória na
Batalha de Aljubarrota.
[2] Este mosteiro
dominicano foi construído ao longo de dois séculos, desde o início em 1386 até cerca de 1517, ao longo do reinado de sete reis de Portugal, embora desde 1388 já ali vivessem os primeiros dominicanos. Exemplo da
arquitectura gótica tardia portuguesa, ou
estilo manuelino, é considerado
património mundial pela
UNESCO, e em
7 de Julho de
2007 foi eleito como uma das
sete maravilhas de Portugal.
[3] Em Portugal, o
IPPAR ainda classifica-o como
Monumento Nacional, desde
1910
No arranque das obras do Mosteiro da Batalha foi construído um pequeno
templo, cujos vestígios eram ainda visíveis no princípio do
século XIX. Era nesta edificação ―
Santa Maria-a-Velha, também conhecida por
Igreja Velha ― que se celebrava
missa, dando apoio aos operários do estaleiro. Tratava-se de uma obra pobre, feita com escassos recursos.
Em traços esquemáticos conhece-se a evolução do estaleiro propriamente dito e o grau de avanço das obras. Sabe-se que ao projecto inicial corresponde a
igreja, o
claustro e as dependências
monásticas inerentes, como a
Sala do Capítulo,
sacristia, refeitório e anexos. É um modelo que se assemelha ao adoptado, em termos de orgânica interna, pelo grande
mosteiro alcobacense.
A
capela do Fundador,
capela funerária, foi acrescentada a este projecto inicial pelo próprio rei
D. João I, o mesmo acontecendo com a rotunda funerária conhecida por Capelas Imperfeitas, da iniciativa do rei
D. Duarte.
O claustro menor e dependências adjacentes, ficaria a dever-se à iniciativa de
D. Afonso V, sendo de notar o desinteresse de
D. João II pela edificação. Voltaria a receber os favores reais com
D. Manuel, mas somente até
1516-
1517, ou seja, ate à sua decisão em favorecer decididamente a
fábrica do
Mosteiro dos Jerónimos.
O Mosteiro foi restaurado no
Século XIX, sob a direcção de
Luís Mouzinho de Albuquerque, de acordo com a traça de
Thomas Pitt, viajante inglês que estivera em Portugal nos fins do
Século XVIII, e que dera a conhecer por toda a Europa o mosteiro através das suas gravuras. Neste restauro, o Mosteiro sofreu transformações mais ou menos profundas, designadamente pela destruição de dois claustros, junto das
Capelas Imperfeitas e, num quadro de
extinção das ordens religiosas em Portugal, pela remoção total dos símbolos religiosos, procurando tornar o Mosteiro num símbolo glorioso da
Dinastia de Avis e, sobretudo, da sua primeira geração (a dita
Ínclita Geração de
Camões). Data dessa altura a actual configuração da
Capela do Fundador e a vulgarização do termo
Mosteiro da Batalha (celebrando
Aljubarrota) em detrimento de
Santa Maria da Vitória, numa tentativa de erradicar definitivamente as designações que lembrassem o passado religioso do edifício.
Segundo Fernão Lopes, D. Nuno Álvares Pereira foi um dos filhos naturais de
D. Álvaro Gonçalves Pereira, Prior da
Ordem do Hospital, e Iria Gonçalves. D. Nuno Álvares Pereira cresceu na casa do seu pai até aos seus treze anos
[5] e foi lá que se iniciou
"como bom cavalgante, torneador, justador e lançador" e sobretudo onde ganhou gosto pela leitura, lia nos
"livros de cavallaria que a pureza era a virtude que tornara invenciveis os heroes da Tavola Redonda, e procurava que a sua alma e corpo se conservassem immaculados"..
[6] Foi com essa idade que entrou para a côrte de D.
Fernando de Portugal, onde foi feito cavaleiro com uma armadura emprestada por
D.João, o Mestre de Avis.
[5] Decidido a manter-se virgem, foi profundamente contrariado (e praticamente obrigado pelo pai) que aos 16 anos casou com
Leonor de Alvim cerca de 1376
[ii] em
Vila Nova da Rainha, freguesia do concelho de
Azambuja. O nobre casal estabeleceu-se no Minho (supõe-se que em Pedraça
Cabeceiras de Basto), em propriedade de D. Leonor de Alvim.
Quando o Rei
Dom Fernando de Portugal morreu em
1383, sem herdeiros a não ser a princesa
D. Beatriz, casada com o Rei
João I de Castela, D. Nuno foi um dos primeiros nobres a apoiar as pretensões de
João, o Mestre de Avis à coroa. Apesar de ser filho ilegítimo de
D. Pedro I de Portugal, D. João afigurava-se como uma hipótese preferível à perda de independência para os castelhanos. Depois da primeira vitória de D. Nuno Álvares Pereira frente aos castelhanos na
batalha dos Atoleiros em que pela primeira vez se combateu a pé em Portugal, em Abril de
1384, D. João de Avis nomeia-o
Condestável de Portugal e Conde de Ourém.
A
6 de Abril de
1385, D. João é reconhecido pelas
cortes reunidas em Coimbra como
Rei de Portugal. Esta posição de força portuguesa desencadeia uma resposta à altura em Castela. D. João de Castela invade Portugal pela
Beira Alta com vista a proteger os interesses de sua mulher D. Beatriz. D. Nuno Álvares Pereira toma o controlo da situação no terreno e inicia uma série de cercos a cidades leais a Castela, localizadas principalmente no Norte do país.
A
14 de Agosto, D. Nuno Álvares Pereira mostra o seu génio militar ao vencer a
batalha de Aljubarrota. A batalha viria a ser decisiva no fim da instabilidade política de 1383-1385 e na consolidação da independência portuguesa. Finda a ameaça castelhana, D. Nuno Álvares Pereira permaneceu como condestável do reino e tornou-se Conde de Arraiolos e Barcelos. Entre 1385 e 1390, ano da morte de D. João de Castela, dedicou-se a realizar incursões contra a fronteira de Castela, com o objectivo de manter a pressão e dissuadir o país vizinho de novos ataques. Por essa altura, foi travada em terreno castelhano a célebre Batalha de Valverde. Conta-se que na fase mais crítica da batalha e quando já parecia que o exército português iria sofrer uma derrota completa, se deu pela falta de D. Nuno. Quando já se temia o pior, o seu escudeiro foi encontrá-lo em
êxtase, ajoelhado a rezar entre dois penedos. Quando o escudeiro aflito lhe chamou a atenção para a batalha que se perdia, o Condestável fez um sinal com a mão a pedir silêncio. Novamente chamado à atenção pelo escudeiro, que lhe disse:
"Nada de orações, que morremos todos! responde então D. Nuno, suavemente:
"Amigo, ainda não é hora. Aguardai um pouco e acabarei de orar.". Quando acabou de rezar, ergue-se com o rosto iluminado e dando as suas ordens, consegue que se ganhe a batalha de uma forma considerada milagrosa.
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