segunda-feira, 12 de julho de 2010

APENAS MÃE


APENAS MÃE

Nem o mar sem barcos
Se pode achar vazio.
Como eu,
Com os minutos contados
Ou descontados,
Nas horas paradas
Acordadas,
De cada noite fria.

Com as palavras multiplicadas,
Usadas, cansadas ou evitadas,
Mas bem presentes,
No recordar de cada dia.
Por uma estrada estreita,
Por um percurso feito
Por vertentes estonteantes,
Á velocidade que arrepia.

Pela violência da dor,
Sentida, contida,
Pelo grito calado,
Fechado.
Pelas dores de um parto magoado
Ou por ser,

APENAS, MÃE.

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