quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

FESTIVAL DO MAGUSTO





FESTIVAL DO MAGUSTO


Numa destas noites chuvosas fui até ao Ribatejo por motivos familiares, como estava a decorrer o dito Festival do Magusto, fui com meu companheiro jantar a Santarém, já tinha saudades de um bom magusto.
Fomos até a um restaurante que sabia estar no roteiro do magusto, chegados lá confesso que fiquei com dúvidas se estava ou não aberto naquela terça-feira, de fora pouca iluminação, quase passaria despercebido se não fosse a sua dimensão.
Sei que a contenção nas despesas será a melhor opção para suportar a crise, mas uma boa iluminação na entrada ficaria muito bem.


Fomos atenciosamente atendidos, e até bem servidos, mas fiquei ainda com mais saudades do magusto feito pela minha avó, ou a minha mãe, tinha esse magusto um sabor especial.


Brevemente vou apanhar umas folhas de couve no quintal da avó Jú e fazer eu um magusto para comer com petingas fritas.


Falta dizer que fiz lá umas fotos engraçadas, fotografei o geribalde com que se deve amassar o magusto, depois pensei… deve ser do geribalde,… que também já não é igual ao da casa da avó Jú, tinha o cabo mais em ângulo recto ou obtuso, e amassava muito melhor.


Ainda outra dúvida fica no ar quanto ao magusto?


Nas toalhas de papel que estavam na mesa com publicidade, lia-se MAGUSTO que acredito tenha sido feito por quem não tem dúvidas sobre as palavras que escreve, no cartaz do cardápio, estava escrito Mangusto, seria melhor seguir quem faz das palavras o seu trabalho.


Desculpem o atrevimento, depois direi como saiu o meu magusto.


Lídia Frade


SANTARÉM SABERES E SABORES!!!



O prometido é devido, e eu faço o possível por fazer o que prometo.


Prometi pois escrever mais alguma coisa sobre o magusto, quando tivesse experimentado de novo o seu sabor, e aqui estou a fazê-lo.


Fui ao quintal da avó , apanhei das couves altas, umas folhas bem tenrinhas, que logo que me foi possível, e oportuno, cozinhei para fazer o meu magusto.


Coloquei no taxo as couves, esmurradas, torcidas à mão, como se fazia no campo, foram a cozer, com um pouco de sal e azeite, já as couves comestíveis, coloquei o pão, já partido, ou um pouco desmiolado à mão, pão de trigo, e de milho em maior quantidade, com alhos picados.


Depois de ferver o suficiente, retirei, amassei, coloquei mais azeite, e coentros picados.


Servi, e digo que, tal como da primeira vez, a apreciação foi feita a dois, e o meu magusto ficou de longe a ganhar em sabor, ao que antes tinha comido.


Mas talvez a diferença estivesse no sabor das couves galegas da avó .


Só uma coisa não me satisfez, foi os coentros, no quintal da vó Jú, não havia ainda, tive de comprar no super, e não eram macios, cheirosos, saborosos, como os da avó.


Depois não levou quatro horas a cozinhar como ouvi dizer a um rapazinho, em directo numa reportagem, da televisão, a quem tinham enfiado um barrete de chefe, num dos restaurantes da capital Ribatejana.


É que com uma hora só, de almoço, para cozinhar e comer, o magusto, ninguém levava quatro horas, meia hora chegava para fazer o almoço, já com as sardinhas assadas no mesmo tempo e tudo.


SANTARÉM SABERES E SABORES


LÍDIA FRADE



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