quinta-feira, 18 de novembro de 2010

MEUS CONTOS DESCONTADOS, A TARTARUGA


A TARTARUGA


Já quase a amanhecer, a noite já tinha passado, o corpo já descansado, contudo, parece que no subconsciente, ainda do outro lado da passagem para o acordar, algo já estava a trabalhar, como um alerta que se escreve no caderno de notas, aquele era um alerta mostrado num sonho.


Um rio, com água límpida transparente, que corria cobrindo um leito com pedras e seixos, e de tão transparente se via, do esverdeado ao castanho dourado, das pedras e seixos cobertas por algas, com uma fauna e flora longe, de qualquer poluição.


A nadar no meio deste rio, no paraíso do meu sonho, andava eu! Mas pouco avançava, a água no rio corria, a uma velocidade que eu via, mas eu não ia na corrente, mais me sentia flutuar, do que nadar, contudo eu queria chegar até à margem, e não avançava, mas isso não me estava a preocupar, até que algo apareceu.


E neste descanso flutuante, olhando o fundo do rio, eis que de repente vejo passar a meu lado um bichinho, uma tartaruga pequena a meu lado, parecia quase insignificante!
E aquele pequeno bicho minúsculo comparando ao meu tamanho, ali ao pé de mim passava por mim a nadar, encaminhava-se para a margem, e conseguia-o mais rápido do que eu, ia conseguir chegar primeiro.


Achei que não podia ser, eu tinha de conseguir, pelo menos acompanhar aquela tartaruga! Eu, mais lenta que uma tartaruga!!! Como é que podia ser?
Esforcei-me, debati-me com a água, cansei-me enormemente, a tartaruga parecia lançar-me um desafio, ou pelo menos, eu assim o entendi, mas consegui acompanhar a tartaruga, e consegui chegar até á margem, no mesmo tempo que a tartaruga.


Acabou por ali, a minha aventura na madrugada, ao lado daquela tartaruga minúscula que, me desafiava numa corrida, ou a intenção seria outra?!
Acordei e recordei, a água do rio que corria cristalina, as lindas corres do leito do rio e, principalmente a tartaruga, que me fez parar e pensar.


É certo que um sonho!… É sempre um sonho!… mas poderemos transporta-lo para a realidade, tentar concretiza-lo, ou poderemos ainda interpreta-lo, ou relaciona-lo, com algo real ou já existente, da nossa vida.
Foi o que eu pensei ao acordar… Transportei a tartaruga, para a minha realidade acordada, e reconheci que… estou a caminhar a passos de tartaruga, tenho de me esforçar mais… já não consigo acompanhar uma lebre, é certo!
Mas passos de tartaruga é pouco para mim!!!


Lídia Frade

2 comentários:

Fernanda Rocha Mesquita disse...

Gostei muito desta sua historia.
ela tem muito do que penso da vida.
a vida nos da, nem que seja apenas em sonhos, grandes licoes e de forma gratuita, pena que nao saibamos aproveita-la
. gosto de seguir boas leituras. e aqui esixtem. mas por vezes leio e nao comento... um erro.
tenha uma boa semana
fernanda

Anónimo disse...

Obrigado Fernanda

Fico feliz por saber que vai espreitar o meu espaço pessoal, e que, os meus escritos lhe prendem a atenção.

1 beijo amiga

Lídia