sábado, 27 de agosto de 2011

SOU FELIZ


SOU FELIZ



Sou feliz no amor

Feliz é o meu dia,

Ficou longe a dor

Bebi meu orvalho

Em madrugada fria.


Foi longe o sonho

Nasci numa aurora

Forçaram meu grito

Sem ficar tristonho

Grito de quem chora.


E na madrugada

Cantou a cotovia

Cantaram os melros

E a rola de chegada

Completa a sinfonia.


Borbulhou o ribeiro

De águas em corrida

Desafiou a nascente

Tanque sobranceiro

Criando aqui vida.


Escutei os seus sons

Com notas de alegria

Foi longe meu sonho

Sou feliz no amor

Feliz é o meu dia.



Lídia Frade

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

QUERO


QUERO



Quero tenho

Vou e venho

Serro lenho

Faço cruzes

Pelo santo

Ligo luzes

Vivo canto

Chegam vozes

Como pranto.

Pedem nozes

Dou-lhe mel

Faço laço

No farnel

Ato fita

Num anel

Pode mesmo

Ser cordel

De nó cego

Em pincel.

Jogo arco

Salto corda

Como bolo

Fico gorda

Como nabo

Fico lerda

Chega grito

Fico surda

Tudo tenho

Vou e venho.



Lídia Frade

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O HOMEM DA PERNA DE PAU


CONTO




O HOMEM DA PERNA DE PAU



Quando eu era criança, a minha avó Joaquina, era a única pessoa que me contava histórias, umas graciosas e poeticamente lindas, outras porem um pouco duras ou macabras.

Depois tinha também o hábito de, meter-nos medo com o Policia, se ia-mos há cidade, com o G N R, única segurança que aparecia pela província, de quando em vez, só para verificarem se andava tudo em ordem, e que saiam sempre a pé, em patrulha, ao longo de muitos quilómetros.

Havia ainda o bicho papão, que levava e comia as meninas, e que elas nunca mais viam a mãe ou a avó, depois ainda tinham as mouras que estavam dentro de uma mina, ou uma gruta, e quando as meninas lá iam espreitar, puxavam-nas lá para dentro do dito buraco, e pronto lá ficavam para sempre, sem verem mais as famílias, até que lá morriam.

E já agora, vou falar de um personagem, para mim estranho, e até repugnante, que existia mesmo, e que eu via também algumas vezes, e que tinha um medo horrendo, trazia sempre um chapéu feio na cabeça, umas roupas andrajosas, e no seu andar cambaleante, batia com o pau da sua perna sem pé no chão, onde a chamada ferragem ou ferro que protegia o pau, ao bater fazia um barulho estranho, era “o homem da perna de pau a andar” a avó Joaquina dizia que tinha perdido a perna, na Segunda Guerra Mundial.

Como eu tinha medo dele, volta que vira, era a minha ameaça, que se eu não me portasse bem, o dito homem vinha-me roubar e me levava. Com o passar dos anos eu perdi o medo, e também o homem desapareceu, deixei de o ver, devia ter morrido.

Agora há duas noites atrás, o “homem da perna de pau” voltou, é verdade voltou de novo!

Pode ter passado mais de meio século, mas ele existia cá dentro, no meu subconsciente, e na madrugada, tendo já descansado o corpo, do cansaço do dia anterior, vi a minha pessoa, ou o meu corpo, numa grande sala de espera, talvez de uma estação de comboios, ou teria talvez a mesma configuração, desses espaços que conheço.

Eu, estava sentada num banco corrido, mas levantei-me para seguir para algum lado, de repente senti-me preza, alguém me agarrou, não me deixava sair dali, debati-me com muita força, gritei aflita sem conseguir libertar-me, nessa luta, já tinha então reconhecido, quem me prendia!

Acordei, porque alguém me acordou, mesmo a dormir estava a manifestar a minha agitação, a minha aflição, estava a falar para o outro mundo!

ERA O HOMEM DA PERNA DE PAU! O mesmo de quando eu era menina e pequenina.



LÍDIA FRADE



sexta-feira, 12 de agosto de 2011



AS ROSAS



Não há, decerto um jardim

Que rosas não tenha, plantadas

Podem ser de muitas cores,

Com perfume, bem cuidadas.



Cortando aqui, ou ali

Enfeita-se toda a casa,

O jardim fica repleto

A casa toda enfeitada.



Quem não se sente feliz?

Ao receber uma rosa!

E se quem oferece, puder,

Um grande ramo oferecer!



As branquinhas da pureza,

As vermelhas de paixão!

Mas que importa aqui a cor?

O que interessa é a intenção.



Se a oferta for de amor?

Basta apenas um botão!

LÍDIA FRADE

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

FIM DE TARDE.........NUM 8º ANDAR...... DA PORTELA

SERÁ QUE O QUARTEL MILITAR RALIS AINDA NOS SERVE DE PROTEÇÃO???


NESTE FIM DE TARDE COM O QUARTEL DE O RALIS ALI AO FUNDO

domingo, 7 de agosto de 2011

NÃO QUERO ESQUECER QUE SOU POETA



NÃO QUERO ESQUECER


Não quero esquecer

Que fui poeta

Do amor e da desgraça

Da vida,

Em neblina permanente,

Que me envolveu

A visão, a consciência,

Que me turvou a mente.



Não quero esquecer

Que fui poeta

Numa roda gigante

Que rodou, girou

Vertiginosamente.



Uma roda, uma bola

Uma capsula formada

Arrastada, tocada, batida,

Amolgada, magoada,

De incompreensão acumulada!



Seria a poesia a culpada?

Ou a força do desespero?



Mas tudo começou por ser poeta!



Pelas palavras confrontada

Entre o ser! O saber! O querer!

O tudo ou nada!


LÍDIA FRADE

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

QUERIDO VERÃO»»»»» POEMA DE UM DUETO COM VITOR CASTANHEIRA

VERÃO QUERIDO



O calor anda arredio

Por mais desejo que exista

Vai-se correndo p`rá praia

Mas o tempo de Verão e estio

É mais, de ventania com areia mista,

E vai-se… por ir p`ra gandaia.

As auroras de romãs

Que se víamos nascer nas praias

Será mais, para atrevidos

Ou pescadores… de saudades vãs

Que deitam… vistas soslaias

Com apetites desmedidos.

Escolhesse o melhor local

Para estendal, de toalhados

Espetasse o chapéu de sol

E com um para vento informal

Estão… seus espaços demarcados

Está na hora de acalmar, seu corpo mole.

Sendo do vento abrigada

Que sob o sol se aqueceu

Chega a hora do mergulho

Corre a família animada

Mais um amigo, que cedeu

Não vão trata-lo “ de engulho”.

Uns se atiram, outros trepam

P`ró cachaço… do mais forte

Também á… quem seja contida

Até na alegria, que os cercam

E reclame… pela má sorte

Por uma bolada, já perdida.

E foi tal o fernesim, os movimentos

Que em fome, e sede, se tornou

Já se procura, e se abre….uma geleira

Das bebidas, das comidas, estão sedentos

Das delicias, que a mão de alguém preparou

Para famintos, com todo o amor, e á maneira.

De palmadinhas nas costa,

Surge assim mais um amigo!

Mas será assim!... ou não?

Será amigo apenas! Aquele de quem se gosta

A festa… és tu e eu… e eu contigo!

São todos os que chegam, de amor no coração.

Pobretes mas alegretes,já dizia a minha avó,

Na casa ou mesa, de qualquer pobre,

Se vem por bem… cabe sempre lá mais um

Uma saborosa caldeirada, dentro um ovo, de cocó,

Pode ser servido a um, nobre,

Só aqui vai encontrar, jamais em lugar algum.

Verão querido… ou querido Verão!

Tanto me faz, como fez,

Tempo de férias, ou de lazer

Tempos difíceis, de contenção

Onde impera, aconselhável sensatez

Onde vale mais o ser, do que parecer.



LÍDIA FRADE

sexta-feira, 29 de julho de 2011

PARA FRENÉTICAS AMIGAS / UM POEMA E MINHAS FLORES!!!



PARA FERNÉTICAS AMIGAS




Neste chegar de férias… e ventanias

Das desgraças, das mentiras, já esperadas

Escrevam belas as palavras, e fantasias

Para alegrar, e amparar, as tais facadas.


Retiram em tiras, em fatias, as esperanças

Apertam, cercam, as passadas, desta vida

Crêem e vivem… em fantasias de crianças

Que arrastam, que saturam, e bem sentida.


Mas as férias também trazem alegria

Esqueçam desgraças, em amizades felizes

Unam ideias, recriem fantasias, dia a dia


País em crise… eu vivi… algumas décadas

Em tristeza… também se canta… nas crises

Sabem rir… reinventem-se… mesmo fernéticas!!!










segunda-feira, 25 de julho de 2011

REFLEXÃO


REFLEXÃO



Pela nossa vida em confusão
Ou por tantos atos impensados
Que influenciam… o girar do Mundo
Porque vós, Senhor pedis a reflexão…
No que falamos,
No que pensamos,
No que fazemos,
Ou deixamos de fazer
Em como amamos, ou compreendemos
E com que força, afirmamos nosso querer.

Se olhamos com amor,
Quem vive a nosso lado
E se vimos… se lhe basta só… um sorriso,
Ou se precisa… com nossas mãos… ser amparado.
Se o olhamos lá do cimo… ou do fundo, da nossa alma.
Devemos pedir, a vossa luz, ó Pai,
Que desça sobre consciências adormecidas, acomodadas
Por um circulo fechado onde vivemos, as nossas vidas.
Por todo o mal humano,
Por toda a falta de amor,
Dá-nos a graça da vossa luz
Ajuda-nos a refletir, Senhor.

Lídia Frade  

domingo, 17 de julho de 2011

AS PLANTAS DA MINHA HORTINHA E JARDIM


AQUI A PLANTAÇÃO DE PIRI PIRIS DO MEU MARIDO, QUE É MUITO MAIOR DO QUE MOSTRA A FOTO, MUITAS FLORES MUITOS EM CRESCIMENTO OS PRETOS, E ALGUNS JÁ MADUROS E VERMELHINHOS

NÃO RESISTI A MOSTRAR ESTES TRIGÉMEOS NUM PÉ APENAS COM 20CM DE ALTURA E MUITOS MAIS PIMENTOS A NASCER E FLORES
ESTE PIMENTO FOI O PRIMEIRO QUE APANHEI E COLOQUEI NA SALADA NA TERÇA FEIRA

OS MEUS TOMATES TAMBÉM ESTÃO BONITOS, NÃO TARDAM A DAR-ME SALADAS

MUITAS NASCERAM E VÃO NASCENDO, VEREMOS AS QUE SE VÃO CRIAR, E DAR SOPAS

SE ELAS NÃ APODRECEREM COMO JÁ ACONTECEU COM ALGUMAS

AGORA ESTAS SÃO AS QUE GOSTO DE JUNTAR NAS MINHAS SOPAS

ESTAS OUTRA QUALIDADE, AINDA BEM MAIS PEQUENINAS
ESTA É MAIS PEQUENA MAS IGUAL Á PRIMEIRA
ESTA É DIFERENTE NA COR E TEXTURA


AS MINHAS ABÓBRINHAS DO JARDIM

quarta-feira, 13 de julho de 2011

FLORBELA


FLORBELA

Queria eu ser pedaço dela?...
Alguém…
Me perguntou certo dia
Lendo algo meu, no momento
Que chamou minha atenção.

Você… adora FLOBELA?

Confirmei… assim seria,
Não pelo seu sofrimento
Mais pela sua emoção!
Queria eu ser pedaço dela.

Será tua alma FLORBELA
Que está no meu coração?
Tentando escrever… só sinto
Palavras que tu escreveste
Até o amor, que em ti viveste
Descrito é, por minha mão.

LIDIA FRADE

segunda-feira, 11 de julho de 2011

GERAÇÃO Á RASCA



GERAÇÃO Á RASCA



«Geração à rasca foi a minha. Foi uma geração que viveu num país vazio de gente por causa da emigração e da guerra colonial, onde era proibido ser diferente ou pensar que todos deveriam ter acesso à saúde, ao ensino e à segurança social.

Uma Geração de opiniões censuradas a lápis azul. De mulheres com poucos direitos, mas de homens cheios deles. De grávidas sem assistência e de crianças analfabetas. A mortalidade infantil era de 44,9%. Hoje é de 3,6%.

Que viveu numa terra em que o casamento era para toda a vida, o divórcio proibido, as uniões de facto eram pecado e filhos sem casar uma desonra. Hoje, o conceito de família mudou. Há casados, recasados, em união de facto, casais homossexuais, monoparentais, sem filhos por opção, mães solteiras porque sim, pais biológicos, etc.

A mulher era, perante a lei, inferior. A sociedade subjugava-a ao marido, o chefe de família, que tinha o direito de não autorizar a sua saída do país e que podia, sem permissão, ler-lhe a correspondência.

Os televisores daquele tempo eram a preto e branco, uns autênticos caixotes, em que se colocava um filtro colorido, no sentido de obter melhores imagens, mas apenas se conseguia transformar os locutores em "Zombies" desfocados.

Hoje, existem plasmas, LCD ou Tv com LEDs, que custam uma pipa de massa.

Na rádio ouviam-se apenas 3 estações,  a oficial Emissora Nacional, a católica Rádio Renascença e o inovador Rádio Clube Português. Não tínhamos os Gato Fedorento, só ouvíamos Os Parodiantes de Lisboa, os humoristas da época.

Havia serões para trabalhadores todos os sábados, na Emissora Nacional, agora há o Toni Carreira e o filho que enchem pavilhões quase todos os meses. A Lady Gaga vem cantar a Portugal e o Pavilhão Atlântico fica a abarrotar. Os U2, deram um concerto em Coimbra em 2010, e UM ANO antes os bilhetes esgotaram.

As Docas eram para estivadores, e o Cais do Sodré para marujos. Hoje são para o JET 7, que consome diariamente grandes quantidades de bebidas, e não só...

O Bairro Alto, era para a malta ir às meninas, e para os boémios. Éramos a geração das tascas, do vinho tinto, das casas do fado e das boites de fama duvidosa. Discotecas eram lojas que vendiam discos, como a Valentim de Carvalho, a Vadeca ou a Sasseti.

As Redes Sociais chamavam-se Aerogramas, cartas que na nossa juventude enviávamos lá da guerra aos pais, noivas, namoradas, madrinhas de guerra, ou amigos que estavam por cá.

Agora vivem na Internet, da socialização do Facebook, de SMS e E-Mails cheios de "k" e vazios de conteúdo.

As viagens Low-Cost na nossa Geração eram feitas em Fiat 600, ou então nas viagens para as antigas colónias para combater o "inimigo".

Quem não se lembra dos celebres Niassa, do Timor, do Cuanza, do Índia entre outros, tenebrosos navios em que, quando embarcávamos, só tínhamos uma certeza... ...a viagem de ida.

Quer a viagem fosse para Angola, Moçambique ou Guiné, esses eram os nossos cruzeiros.
Ginásios? Só nas coletividades. Os SPAS chamavam-se Termas e só serviam doentes.

Coca-Cola e Pepsi, eram proibidas, o "Botas", como era conhecido o Salazar, não nos deixava beber esses líquidos. Bebíamos, laranjada, gasosa e pirolito.

Recordo que na minha geração o País, tal como as fotografias, era a preto e branco.
A minha geração sim, viveu à rasca. Quantas vezes o meu almoço era uma peça de fruta (quando havia), e a sopa que davam na escola. E, ao jantar, uma lata de conserva com umas batatas cozidas, dava para 5 pessoas.

Na escola, quando terminei o 7ºano do Liceu, recebi um beijo dos meus pais, o que me agradou imenso, pois não tinham mais nada para me dar. Hoje vão comemorar os fins dos cursos, para fora do país, em grupos organizados, para comemorar, tudo pago pelos paizinhos.

Têm brutos carros, Ipad's, Iphones, PC's. E tudo em quantidade. Pago pela geração que hoje tem a culpa de tudo!!! Tiram cursos só para ter diploma. Só querem trabalhar começando por cima. Afinal qual é a geração à rasca???

RECEBI POR MAIL, DESCONHEÇO O AUTOR,

LÍDIA FRADE